No conceito moderno, qualidade significa adequação ao uso, referindo-se àquilo que é mais apropriado, e não necessariamente ao melhor ou mais caro.
A preocupação com a qualidade remonta aos primórdios das civilizações, mas foi durante a Revolução Industrial que o tema ganhou maior relevância. Com o avanço da complexidade tecnológica na segunda metade do século XX, a necessidade de controle da qualidade se intensificou, tornando-se essencial garantir padrões elevados. Esse contexto levou ao desenvolvimento e adoção do Controle Total da Qualidade, que se tornou um aspecto fundamental nas práticas industriais e empresariais.
Fonte: Algarte (2011)
A partir de 1990, no Brasil, seguindo uma tendência global, um grupo de especialistas em gestão da qualidade, oriundos da indústria, de empresas de consultoria, de associações e do meio acadêmico, dedicou-se voluntariamente ao estudo da Gestão da Qualidade. Com base nas melhores práticas adotadas no Japão, Estados Unidos e outros países, esses especialistas criaram uma premiação nacional.
"A Coordenadoria de Acompanhamento e Controle é a unidade responsável por prestar consultoria técnica e assessorar a Diretoria de Planejamento e Inovação, a promover o desenvolvimento de uma cultura organizacional voltada para a melhoria contínua, bem como realizar o acompanhamento e controle da Governança, da Transparência, das Metas Estratégicas Nacionais e institucionais e dos Processos de Trabalho."
A Gestão da Qualidade no Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) envolve a aplicação de práticas, processos e sistemas destinados a garantir a excelência nos serviços prestados pelo tribunal, com um foco contínuo na melhoria dos processos judiciais e administrativos. O objetivo central é assegurar que todas as atividades do TJGO sejam realizadas com eficiência, transparência e um foco constante na satisfação dos usuários dos serviços judiciais.
A responsabilidade pela gestão da qualidade no TJGO recai sobre a Diretoria de Planejamento e Inovação (DPI), que coordena e orienta as ações voltadas para a melhoria contínua, eficiência operacional e inovação nos processos do tribunal. A DPI é apoiada por várias coordenadorias, como a Coordenadoria de Assessoramento, Coordenadoria de Planejamento e Pesquisas, Coordenadoria de Inteligência e Inovação e Coordenadoria de Acompanhamento e Controle. Essas unidades colaboram na implementação e execução das estratégias de gestão da qualidade, contribuindo para o aprimoramento constante das operações do TJGO.
Referências:
- ALGARTE, Waldir. O movimento da Qualidade no Brasil. Rio de Janeiro: Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), 2011.
- JUNIOR, Juarez Machado e PINHEIRO, Thiago Henrique. Introdução à Gestão de Processos. Escola Nacional de Administração Pública: Brasília, DF, 2016.
- PRADELLA, Simone; FURTADO, João Carlos; KIPPER, Liane Mählmann. Gestão de processos: da teoria à prática. São Paulo: Atlas, 2012.
- SAMPAIO, Luciana Costa. Gestão estratégica para excelência organizacional orientada a processos nas empresas públicas brasileiras. 2016.
- SORDI, José Osvaldo. Gestão por processos. Editora Saraiva, 2017.
No âmbito do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), a Metodologia de Gestão da Qualidade abrange um conjunto de princípios, processos e ferramentas sistemáticas, utilizadas para promover a melhoria contínua da qualidade dos produtos, serviços e processos da organização. As metodologias mais conhecidas e amplamente utilizadas incluem:
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Ciclo PDCA (Plan-Do-Check-Act): O Ciclo PDCA é uma metodologia iterativa usada para controle e melhoria contínua. Ela é dividida em quatro etapas:
- Plan (Planejar): Identificação de problemas ou oportunidades de melhoria, seguido do planejamento das ações necessárias.
- Do (Fazer): Implementação das ações planejadas em uma pequena escala para teste.
- Check (Verificar): Monitoramento e avaliação dos resultados obtidos, comparando-os com os objetivos definidos.
- Act (Agir): Se os resultados forem satisfatórios, as mudanças são implementadas em uma escala maior. Caso contrário, o ciclo reinicia com um novo plano.
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Balanced Scorecard (BSC): é uma metodologia estratégica que traduz a missão e a visão de uma organização em um conjunto de objetivos e indicadores balanceados, distribuídos em quatro perspectivas: financeira, clientes, processos internos e aprendizado e crescimento;
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Lean Manufacturing: é uma metodologia focada na maximização do valor para o cliente, eliminando desperdícios nos processos de produção. Ela promove a eficiência e a redução de custos por meio de ferramentas como o 5S, Just-In-Time (JIT), Kaizen (melhoria contínua) e Kanban (sistema de controle de produção);
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Total Quality Management (TQM): é uma abordagem abrangente que envolve toda a organização na busca pela melhoria contínua da qualidade. Todos os membros da organização são envolvidos na melhoria de processos, produtos, serviços e na cultura organizacional, com o objetivo de alcançar a satisfação do cliente. O TQM é baseado em princípios como foco no cliente, engajamento de todos os colaboradores, abordagem sistemática e tomada de decisões baseada em fatos.
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Benchmarking: é o processo de comparar as práticas e o desempenho da sua organização com as melhores práticas do setor ou de outras indústrias. O objetivo é identificar áreas de melhoria e adotar práticas que possam ajudar a alcançar padrões de excelência.
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Kaizen: é uma metodologia japonesa que significa "melhoria contínua". Focada em pequenas mudanças regulares e incrementais, Kaizen visa melhorar a eficiência, a produtividade e a qualidade no trabalho. Ela envolve todos os níveis da organização, incentivando a participação ativa dos funcionários no processo de melhoria;
- Kanban: é uma metodologia de gerenciamento visual usada para otimizar e gerenciar fluxos de trabalho, tanto em ambientes de produção quanto em processos administrativos e de desenvolvimento, ajudando as equipes a visualizar o trabalho, maximizar a eficiência e melhorar continuamente os processos.
Essas metodologias são frequentemente combinadas para criar um sistema de gestão da qualidade robusto e eficaz, adaptável às necessidades específicas de uma organização. A escolha da metodologia depende dos objetivos, do tipo de organização e do contexto em que ela opera.
Além disso, a Diretoria de Planejamento e Inovação (DPI) adota as principais características do Método Ágil, promovendo iteratividade e incrementalismo. O trabalho é dividido em pequenos ciclos chamados "sprints" (geralmente de uma a duas semanas), ao final dos quais é entregue um produto ou resultado funcional. Essa abordagem permite ajustes rápidos com base no feedback recebido, garantindo a adaptação contínua às necessidades.
Colaboração e Comunicação:
As equipes das coordenadorias colaboram estreitamente, frequentemente com a presença constante de clientes ou usuários finais para fornecer feedback contínuo. Reuniões diárias são realizadas para manter todos alinhados e resolver rapidamente quaisquer problemas que surjam.
Flexibilidade e Adaptação:
Em vez de seguir um plano rígido, o Método Ágil permite ajustes ao longo do projeto, baseados em novas informações ou mudanças nas necessidades do cliente.
Entrega Contínua:
O objetivo é entregar versões funcionais e incrementais do produto de forma contínua, assegurando que o cliente veja valor e possa começar a utilizá-lo o mais rapidamente possível.
Foco no Cliente:
O cliente ou usuário final está no centro do processo Ágil, com foco em atender suas necessidades e expectativas por meio de entregas regulares e de alta qualidade.
Integração de KPIs e OKRs:
Embora os KPIs (Indicadores Chave de Desempenho) não sejam uma metodologia por si só, eles desempenham um papel fundamental na implementação e monitoramento das metodologias de qualidade. A DPI integra KPIs aos OKRs (Objectives and Key Results), uma metodologia de gestão estratégica que ajuda a definir e acompanhar objetivos e resultados-chave.
Os OKRs alinham as metas da equipe com a missão da organização, focando em objetivos claros e mensuráveis para impulsionar o desempenho. Eles consistem em um sistema de metas coletivas e individuais que convergem para os objetivos globais da organização. Os objetivos representam o que a organização deseja alcançar, enquanto os resultados-chave são metas específicas que orientam o melhor caminho para atingir o objetivo final.
Essa integração fornece métricas intermediárias que guiam o desempenho da equipe rumo aos melhores resultados. O monitoramento dos resultados ocorre paralelamente à execução dos planos de ação, permitindo que o impacto das ações seja analisado e que ajustes sejam feitos, se necessário, para garantir o alcance dos objetivos.