Com intuito de formar conciliadores entre os líderes religiosos, o Mediar é Divino vai expandir fronteiras além do Estado de Goiás. O plano é, em breve, formar polos de solução de conflitos em comunidades espirituais diversas, como as de matizes africanas no entorno do Distrito Federal. Para discutir a expansão, foi realizada uma reunião nesta terça-feira (10), na Câmara Distrital, em Brasília, com integrantes do pelo Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec) do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO).
A comitiva, encabeçada pelo coordenador, juiz Paulo César Alves das Neves, e pelo juiz auxiliar da Presidência, Romério do Carmo Cordeiro, foi recebida pela consultora legislativa em Direitos Humanos, Patrícia Zapponi, que representa a Central Organizada de Matrizes Africanas (Afrocon), uma instituição que congrega mais de 400 unidades religiosas no DF, além de ser Conselheira das Mulheres pelo Mundo pela Unesco e coordenadora do Centro Cultural Africano.
“Nossa intenção é incentivar a conciliação e mediação como formas alternativas ao processo tradicional, a fim de criar pacificação da sociedade, de uma forma mais rápida, mais barata e mais participativa, uma vez que as partes constroem, juntas, soluções para os litígios. Com o Mediar é Divino, a Justiça chega a pessoas que não têm acesso a advogados e não sabem como procurar seus direitos”, endossou Paulo César.
Para implantação do projeto, líderes ou pessoas de referências nos segmentos religiosos precisam passar por um curso, teórico e prático, chancelado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). “Muitas pessoas buscam suas igrejas ou instituições para falar sobre problemas. Os líderes religiosos já fazem conciliação e mediação, mas de uma forma empírica, o curso vai propiciar uma abordagem técnica e profissional, sem dogmas”, destacou Romério Cordeiro.
Segundo Patrícia, a criação de um polo de conciliação e mediação dentro de comunidades não cristãs tem uma função social importante. “Pessoas de fora do círculo religioso podem entrar nestas unidades religiosas para procurar atendimento. A autoestima dos frequentadores também será impactada positivamente: eles sofrem muita discriminação e vão poder enxergar sua importância e seu papel social. É uma forma de integração social”.
Participaram também da reunião os integrantes do Nupemec Augusto Maciel de Souza Magalhães, Vinicius Camapum e Thaynara Teleste. (Texto: Lilian Cury/Fotos: Aline Caetano – Centro de Comunicação Social do TJGO)