A aposentada Ernerstina Batista de Assis Silva, 76 anos, estava em débito com a Saneago e ao saber que o seu problema poderia ser solucionado em apenas um dia, mesmo sem ser intimada, procurou o fórum e teve o seu processo remetido à uma banca para tentar resolver a pendência, que estava na Justiça desde 2007.
E nesta segunda-feira (12), durante a Semana Nacional da Conciliação, em Rio Verde, Ernestina conseguiu quitar sua dívida com a empresa.
Pela primeira vez o evento se estende àquela comarca, com estrutura cedida pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO). O caso de dona Enerstina ilustra a importância do evento e a proximidade do Poder Judiciário com a sociedade. “O fórum tem as portas abertas para atender a população. Queremos que o jurisdicionado saia satisfeito”, destacou o coordenador dos trabalhos na região, juiz Vitor Umbelino Soares Júnior. Para o magistrado, casos como o de dona Ernestina deveriam ser mais freqüentes, pois mesmo sem ter sua audiência marcada ela procurou o fórum, fez o acordo e saiu contente.
Segundo o juiz, a expectativa para os próximos dois dias de atividades, que prosseguem até quarta-feira (14), é a realização do máximo de acordos possíveis, já que as partes têm demonstrado disposição para a conciliação. “A cada dia, conseguimos elevar o número de acordos, o que mostra que Rio Verde está sensível às grandes vantagens que a conciliação pode oferecer”, frisou. Ao seu ver, o alto índice de negociações concretizadas durante a Semana mostra que a iniciativa do Poder Judiciário em implantar a cultura da conciliação tem sido recebida pela sociedade com bons olhos. “Todos os envolvidos nesses processos, sejam magistrados, advogados ou partes estão mais conscientes da importância e do papel da conciliação. O acordo tem que ser sempre satisfatório para as partes e atender os anseios esperados”, destacou.
Vítor Umbelino pontuou que a atividade jurisdicional não pode se resumir a uma sentença. “É preciso que busquemos outros meios para resolver conflitos e a conciliação é um deles”, enfatizou. De modo igual, o juiz Wagner Gomes Ferreira, titular do juizado da Infância e Juventude de Rio Verde, acredita que a mediação traz mais satisfação às partes. “Quando se tem uma decisão há uma imposição, já quando existe acordo o nível de satisfação é maior porque as próprias partes se entenderam”, disse Wagner Ferreira.
Área cível concentra grande volume de atendimentos
Há mais de cinco anos, o médico veterinário César Augusto de Vargas Vacari comprou uma internet na Vivo, pagou pelo serviço e nunca o recebeu, motivo pelo qual propôs uma ação na Justiça. Desde então foram várias idas ao fórum, mas nunca chegou a uma solução. Foi na banca 1, mediada pela conciliadora voluntária Daiana Costa Oliveira, que César Augusto chegou ao acordo. “Foi um atendimento rápido e fiquei surpreso, pois achei que ia sair daqui, mais uma vez, sem a solução para o meu problema”, ressaltou.
De acordo com Vítor Umbelino, a maior parte das audiências e do volume negociado foram relacionadas à área cível. Segundo dados parcialmente divulgados, até o final de domingo foram 419 audiências realizadas, com quase 70 % de acordos. Para o juiz, mesmo faltando dois dias para o final da Semana Nacional da Conciliação, os resultados são positivos e superaram as expectativas. “Tradicionalmente, questões de família trazem maior números de acordos, mas em Rio Verde, no campo cível tivemos excelente êxito”, destacou. (Texto: Arianne Lopes / Fotos: Aline Caetano – Centro de Comunicação Social do TJGO)