As cidades goianas de Luziânia, Santo Antônio do Descoberto e Novo Gama, pertencentes à Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (RIDE) foram eleitas comarcas piloto para a expansão, no sistema prisional, do Programa Restaurativo Além da Punição. Diante disso, o coordenador do Núcleo de Justiça Restaurativa (NUCJUR), juiz Decildo Ferreira Lopes, dirigiu reunião, no dia 26 de abril, para iniciar tratativa de parceria com agentes e colaboradores da Pastoral Carcerária do Distrito Federal (PCr DF), representada pelo coordenador, Rogério Freire.
Decildo Ferreira contextualizou a respeito das ações da política de Justiça Restaurativa em Goiás, em especial a proposta de expansão dos círculos de construção de paz nas unidades prisionais do Estado. O magistrado citou os resultados exitosos da aplicação dos círculos em Goianésia, Uruaçu e Barro Alto, como também a colaboração de duas agentes da Pastoral Carcerária, capacitadas, que já atuam neste projeto. Por conseguinte, destacou a importância da contribuição de membros da comunidade na construção de práticas que objetivem “retirar o preso da posição de vítima para protagonista de sua própria história, por meio de reflexões voltadas a autorresponsabilidade, consciência dos danos causados, desenvolvimento de empatia e autoconhecimento, as quais possibilitem romper com o ciclo da cultura da criminalidade”.
O frei Rogério Freire, que realiza visitas a unidades prisionais há cerca de 15 anos, afirma que é necessário avançar com propostas que trabalhem a responsabilização das pessoas em cárcere, pois retornarão para a convivência em sociedade. Nesse sentido, manifestou interesse na proposta e concordou em auxiliar com o programa restaurativo. “Temos a possibilidade de ter um entendimento mais humanizado e caminhos mais duradouros, além da justiça punitiva. Estamos abertos a parceria e temos condições de selecionar cinco agentes da Pastoral Carcerária do DF para se capacitarem como facilitadores de círculos”, salientou.
Também participaram da reunião as servidoras do Nucjur, Mônica Vieira da Silva Borges e Laiane Carolina Carvalho de Matos; Stevão Randolfo Costa e Silva, todos da Pastoral Carcerária. (Centro de Comunicação Social do TJGO)