Josué Lemes Cardoso (foto acima) esteve no Justiça Itinerante, realizado na comarca de Goiás, para buscar aposentadoria híbrida (rural e urbana). Saiu da audiência sem entender bem o que havia sido decidido. No entanto, por valorizar a linguagem simples e falada, a juíza responsável pelo processo, Bárbara Fernandes, o encaminhou para um grupo de assistentes treinados que explicaram a ele que faltavam documentos para comprovar a aposentadoria rural.

A iniciativa faz parte do programa Traduz, que, meio do Comitê de Acesso à Justiça, acolheu as pessoas que participaram das audiências realizadas no Justiça Itinerante para, oralmente, explicar a elas o que foi decidido em seus processos. « Estou triste por não ter conseguido a aposentadoria, mas eles explicaram o que eu preciso fazer para conseguir comprovar. Sabendo direitinho, fica mais fácil entender e agora vou correr atrás », afirmou.

Idealizadora do projeto, a juíza Érika Cavalcante, que coordena o Comitê de Acesso à Justiça, solicitou à sua equipe a elaboração de um manual para servidores e estagiários que trabalharam no Justiça Itinerante para que a comunicação com as partes seja acolhedora, simples e que contemple as principais dúvidas das partes relacionadas às audiências que serão realizadas.

“O projeto funciona como piloto nessa edição do Justiça Itinerante e, com isso, acertos e dificuldades servirão para seu aprimoramento em eventos futuros. Mas a ideia é que nenhuma parte saia das audiências com dúvidas a respeito daquilo que foi decidido. A linguagem falada do projeto é justamente para que um número maior de pessoas seja alcançado pela ideia, visto que nesses eventos nem todos sabem ler e escrever”, afirmou a magistrada.

Rayane de Morais Santana saiu muito segura e feliz depois de passar pela equipe do Traduz. Ela esteve no Justiça Itinerante para buscar auxílio maternidade para seu filho Samuel, de 4 anos, diagnosticado com autismo. « Eu achei muito boa a explicação e estou muito feliz por ter conseguido. Samuel tem atraso na fala e vai precisar de terapias. Esse dinheiro vai ajudar muito », contou.

Serviços

Além das famílias dos assentamentos, cuja atividade principal é a pecuária leiteira e de corte, a população da cidade também tem acesso aos serviços oferecidos no Justiça Itinerante. Além do TJGO, o projeto conta com a participação de parceiros como a Justiça Federal, Ministério Público do Estado de Goiás, as Defensoria Públicas do Estado e da União, Governo de Goiás, Tribunal Regional Eleitoral, Tribunal Regional do Trabalho (TRT-18), Ministério Público do Trabalho em Goiás, Polícia Civil, Instituto Nacional do Seguro Social, Caixa Econômica, SESC-GO, Universidade Federal de Goiás- UFG e prefeitura da cidade de Goiás.

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