Com o tema “Cinema e Racismo”, foi realizada, na manhã desta terça-feira (13), a segunda unidade do Fórum de Estudos Étnico-Raciais, promovida pela Escola Judicial do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (EJUG), em parceria com o Comitê de Igualdade Racial do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO). A abertura foi feita pela juíza Erika Barbosa Gomes Cavalcante, que é coordenadora do projeto Roda Antirracista e integrante do comitê de Igualdade Racial e da Coordenadoria da Mulher do TJGO, que  reforçou a importância de se discutir o tema.

O juiz do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), Luiz Phelipe Fernandes, que é pós-graduado em Direito Público, professor de Direito Administrativo e Constitucional, ex-servidor do TJGO e ex-membro do Comitê de Igualdade Racial do TJGO, foi o responsável pela pela explanação do tema.

Inicialmente, o magistrado trouxe dados da Agência Nacional do Cinema (Ancine) sobre a produção cinematográfica no Brasil. De acordo com números, em 2018, 2,5% da produção cinematográfica foi feita por homens negros e nenhuma por mulheres negras. Além disso, de 240 filmes lançados no Brasil entre 1995 e 2008, homens negros representam 2% dos diretores e 3% dos roteiristas. “Em 23 anos, nenhum longa de grande público foi dirigido ou roteirizado por mulheres negras”, apontou.

Foi abordado ainda sobre os estereótipos do cinema, no qual o negro é colocado em papéis de inferioridade. Porém, Luiz Phelipe Fernandes refletiu sobre o nego com protagonista e foi a partir daí que ele começou a falar sobre o cinema antirracista. “Existe uma virada e vou abordar, a partir de agora, o cinema antirracista, ou seja, o cinema enquanto ferramenta antirracista”, destacou, ao citar a produção Alma no olho, um curta-metragem brasileiro de Zózimo Bulbul.

O palestrante citou alguns filmes e destacou sua relevância dentro da temática. Doutor Gama, Broder, M-8 Quando a Morte Socorre a Vida, Sem Asas, Gensis, Pantera Negra, 12 Anos de Escravidão e a série Olhos que condenam foram listados na apresentação. Além disso, ele frisou o papel de Jeferson De e suas produções no protagonismo negro.

“O cinema tem a capacidade de exumar corpos e contar histórias que não foram contadas, denunciar coisas que não foram denunciadas. Há certas realidades que só a ficção suporta. Aqui temos dor e prazer na mesma medida”, finalizou, ao colocar os participantes para refletirem sobre a temática. (Texto: Arianne Lopes / Fotos: Gusthavo Cripim – Centro de Comunicação Social do TJGO)

 

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