O presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), desembargador Carlos França, que está em Cavalcante para uma audiência pública na comunidade quilombola Kalunga Engenho 2 e para apresentação de resultados do projeto Raízes Kalungas – Justiça e Cidadania, participou, acompanhado do corregedor-geral da Justiça, desembargador Leandro Crispim, de um café da tarde com servidores da comarca nesta quarta-feira (9).

Os juízes auxiliares da Presidência Reinaldo Oliveira Dutra, Aldo Sabino, Lidia de Assis e Souza e Jussara Cristina Oliveira Louza e o juiz auxiliar da Corregedoria Gustavo Assis Garcia; os juízes Leonardo Souza Santos, diretor do Foro de Cavalcante, e Thiago Inácio de Oliveira, que integra a força tarefa na comarca essa semana, e a promotora de justiça Úrsula Catarina Fernandes da Silva também participaram do evento. Além deles, compareceram ainda o diretor-geral do TJGO, Rodrigo Leandro; os secretários-gerais da Presidência e da Corregedoria, Dahyenne Mara Martins Lima Alves e Gustavo Maciel, respectivamente.

O presidente França ressaltou para os presentes a importância da presença de toda a equipe da gestão do TJGO para ouvir os servidores, incluindo aqueles que trabalham nos Pontos de Inclusão Digital da região, e propiciar a eles acesso total à gestão. “Estamos aqui para ouvi-los, coletar ideias e corrigir eventuais equívocos”, estimulou ele, que foi homenageado com um bolo decorado com três diamantes, numa alusão ao terceiro Selo Diamante do Prêmio Qualidade do Conselho Nacional de Justiça conquistado na terça-feira (8) pelo TJGO. “A conquista, que é de todos nós, somente vem para aqueles que trabalham, que têm a disposição para ouvir e melhorar aquilo que precisa ser aprimorado”, afirmou.

O corregedor-geral também ressaltou a importância do diálogo e das audiências públicas, quando é possível “ver, ouvir e conhecer os anseios da sociedade”. Ele contou aos presentes que cada vez que vem a Cavalcante fica mais impressionado com a cidade, sua cultura e seu povo. “Esse é um momento único. É uma grande satisfação fazer parte desse projeto e cada vez tenho mais facilidade em perceber as dificuldades desse povo”, disse.

Também nesse sentido, o coordenador do projeto, juiz Reinaldo Dutra, disse que sempre que o presidente França o agradece por alguma ação relacionada ao Raízes Kalungas, sua resposta é sempre a mesma: “É um prazer trabalhar por esse projeto”, ressaltou.

Para o juiz Leonardo Souza, o Projeto Raízes Kalungas – Justiça e Cidadania trouxe profundas transformações para a comarca, em especial nas atividades jurisdicionais, que com a ajuda dos PIDs e o reforço no número de servidores, trouxe mais agilidade e mais qualidade de vida para a sociedade e para as comunidades quilombolas. “Antes, muitas audiências eram frustradas e agora elas ocorrem com mais facilidade, visto que, quando não e possível contar com os PIDs os moradores das áreas mais distantes podem contar com os veículos disponibilizados pelo Poder Judiciário”, afirmou.

'PIDs funcionam´'
Há mais de duas décadas na comarca, a promotora Úrsula Catarina fez questão de ressaltar o aspecto social do Raízes Kalungas. “Uma coisa é instalar, outra é sua operacionalidade. E os PIDs funcionam. Mas o que eu gostaria de ressaltar é essa preocupação do TJGO com o social, com a água que não chega. O documento é cidadania também, mas essas pessoas querem água, luz e dignidade e o Poder Judiciário está propiciando isso”, sentenciou.

Responsável pelo PID instalado na comunidade de São José, localizada a 84 quilômetros de Cavalcante, a servidora Yunara Silva referendou a opinião da promotora. “O trabalho está sendo efetivo. Nós estamos conseguindo ir até pessoas que não eram assistidas e que não tinham acesso à justiça e cidadania. Pessoas que não conheciam e não tinham seus direitos validados”, afirmou ela, que agradeceu aos “mentores do projeto” pela iniciativa.

Uma das servidoras mais antigas da comarca de Cavalcante, Laiene Alves de Oliveira, afirmou que a realidade do fórum mudou completamente. “Antes, éramos apenas quatro servidores e agora temos sete apenas na minha sala. Os índices da comarca melhoraram muito. O projeto veio para engrandecer, para prestigiar e para dar essa visibilidade às pessoas, principalmente das comunidades mais longínquas do município, que não tinham acesso à justiça”, afirmou.  (Texto: Aline Leonardo / Fotos: Leonardy Sales – Centro de Comunicação Social do TJGO)

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