O presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), desembargador Carlos França, vai inaugurar, na quarta-feira (16), mais um Ponto de Inclusão Digital (PID), desta vez na comunidade de Araras. A solenidade será na Escola Municipal Bruno Freire de Andrade, às 17 horas, localizada a 40 quilômetros de Faina, no Noroeste do Estado. O povoado, com cerca de 600 habitantes, tem o maior índice de pessoas no mundo com xeroderma pigmentoso. A doença, que atinge atualmente 120 pessoas em Araras, é genética, não contagiosa, sem cura, deixa a pessoa hipersensível à luz e pode causar diversos tipos de câncer, mutilações e suas complicações podem até levar à morte.

Além da inauguração do PID, estão previstas iniciativas com o objetivo de proporcionar serviços essenciais às pessoas da comunidade. Para o chefe do Poder Judiciário estadual “é fundamental que a Justiça e a cidadania cheguem para todos, especialmente em comunidades com características e desafios específicos, como é o caso do povoado de Araras. O PID nesta localidade não só oferecerá serviços essenciais, mas também será um espaço de acolhimento e inclusão. Sentirei honrado em participar de evento simples mas de tamanha importância para o Poder Judiciário, que propiciará serviços e atenção às dignas pessoas daquela comunidade”, afirmou.

“O PID é um local equipado com computador, internet e servidores para que a comunidade resolva questões judiciais sem precisar se deslocar até o fórum. No PID de Araras será possível participar de audiências, consultar processos, tirar dúvidas e obter auxílio para emissão de documentos, entre outros serviços”, afirmou a coordenadora dos PIDs no TJGO, juíza Lidia de Assis e Souza. “Os moradores da comunidade enfrentam 40 quilômetros de estrada de chão para ir até Faina e, para resolver qualquer problema em Goiânia, precisam percorrer mais 250 quilômetros”, ressaltou a magistrada. Até agora, o TJGO já inaugurou 51 PIDs no Estado.

Programação

A programação começa às 15 horas da quarta-feira (16), com emissão de carteiras de identidade e Registro Civil, atividades de orientação da Coordenadoria da Mulher e doações de roupas e objetos de proteção às pessoas com xeroderma, além de roupas e sapatos à população do povoado, mediante cadastro no local. Responsável pela arrecadação das roupas, a diretora do Foro da comarca de Goiânia, a juíza Patrícia Bretas, conseguiu mais de mil peças de roupas e mais de 500 calçados, além de 155 kits de proteção com óculos de sol, camisas UV e bonés. Os kits serão doados para aqueles que têm a doença e o restante para toda comunidade. “Todas as doações são fruto de um esforço concentrado, tanto de servidores, magistrados, que entendem a importância da doação para o Projeto Araras, da vulnerabilidade das pessoas que estão ali naquela comunidade e que são acometidas por uma doença que traz muitas limitações a elas. Então, nós tivemos aqui o empenho de todo mundo aqui do Fórum Cível para que fosse possível essas doações”, afirmou a magistrada.

Além das roupas, a magistrada informou que também serão doados livros infantis e adultos para que possa ser montada uma biblioteca na comunidade. “Uma vez que os moradores lá têm essa restrição de atividades de lazer ao ar livre durante o dia, então nós estamos levando também livros para que eles possam se dedicar à leitura como uma alternativa de lazer”, ressaltou.

No dia 17, das 8 às 15 horas, além da continuação dos serviços de emissão de documentos, haverá, às 14 horas, uma roda de conversa intitulada “A Voz das Mulheres”, promovida pela coordenadoria da Mulher.

Vice-coordenadora da Coordenadoria da Mulher, a juíza Érika Cavalcante, diretora do foro da comarca de Goiás, estará à frente da iniciativa. Segundo ela, que também coordena o Comitê de Acesso à Justiça, o comprometimento do TJGO vai além dos serviços. “Estamos comprometidos em proporcionar não apenas serviços, mas também garantir mais dignidade e respeito a todos os cidadãos, combatendo o preconceito e promovendo a inclusão social”, afirmou.

Saiba mais sobre o xeroderma pigmentoso
O xeroderma pigmentoso é uma doença hereditária caracterizada pela deficiência na capacidade de reverter danos no DNA, especialmente aqueles provocados pela luz ultravioleta. É uma condição recessiva, comum em populações com casamentos consanguíneos, e aumenta significativamente o risco de câncer de pele e outros tipos de câncer.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a incidência de xeroderma pigmentoso é de um caso a cada 1 milhão de pessoas. Entretanto, no povoado de Araras, esse índice é de um para cada 40 habitantes.

As pessoas que têm a doença enfrentam lesões cutâneas desde os primeiros anos de vida, que evoluem progressivamente. Além disso, podem apresentar anormalidades neurológicas e alterações oftalmológicas, complicando ainda mais sua saúde e qualidade de vida.

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