Aproximar os museus da sociedade, além de promover e dar visibilidade ao cenário sociocultural brasileiro. É com esse objetivo que o Centro de Memória e Cultura do Poder Judiciário do Estado de Goiás, localizado na cidade de Goiás, realiza a 18ª Primavera dos Museus, entre os próximos dias 23 e 29 de setembro. “Museus, acessibilidade e inclusão” será o tema desta edição, que destacará a relevância da melhoria da acessibilidade e da busca por inclusão dentro dos museus, a fim de que todos possam usufruir dos espaços, exposições e serviços de maneira autônoma. As atividades fazem parte da programação anual organizada pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), que ocorre desde 2007.
O presidente da Comissão de Memória e Cultura do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), desembargador Itaney Campos, enfatiza a importância da iniciativa, ao destacar que o museu é um lugar de memória, de conservação do patrimônio material e imaterial. “É um lugar múltiplo. E com essa vinculação da acessibilidade reforçamos a empatia, porque o objetivo é tornar o museu um espaço mais democrático, no qual todos possam chegar e usufruir”, pontuou.
Para o magistrado, a importância do museu só cresce na medida em que ele se torna mais acessível e inclusivo. “Dessa forma possibilitamos a ampliação do próprio acervo do museu. Fico feliz com essa perspectiva em que a sociedade democrática procura cada vez mais exercer um papel inclusivo e tornar mais fácil e tranquilo o acesso aos bens culturais”, reforça.
Remover barreiras
A diretora do Centro de Memória e Cultura do Poder Judiciário do Estado de Goiás, Layla Vilarinho, afirma que a inclusão demanda o reconhecimento de uma diversidade presente na sociedade e a adaptação dos espaços para que acolham a todos, sem distinção. “Para tanto, é crucial remover barreiras, sejam elas urbanísticas, arquitetônicas, comunicacionais ou tecnológicas. É indispensável fomentar o protagonismo das pessoas com deficiência, não apenas como visitantes, mas também
como parte do corpo profissional, como artistas e nas representações nos acervos dos museus”, pontua, ao acrescentar que as temáticas dos eventos promovidos pelo Centro de Memória e Cultura contribuem não apenas para a valorização, promoção e inclusão da cultura brasileira, mas também para a promoção da igualdade.
Mostra fotográfica
Durante a 18º Primavera dos Museus haverá mostra fotográfica da cineasta e jornalista Rosa Berardo, uma narrativa visual que traça um paralelo entre as culturas indígenas do Xingu em diferentes épocas. Nas imagens, há o contraste etnográfico de 1985, 2021 e 2022, no qual se busca demonstrar a continuidade e a transformação nas práticas e modos de vida desses povos ao longo do tempo, com destaque para sua resiliência cultural. “Essa narrativa fotográfica revela, de maneira visual, as lutas desses povos pela preservação de sua identidade e respeito às suas tradições, mesmo diante de pressões externas e mudanças no decorrer da história”, ressalta Layla Vilarinho, ao acrescentar que o público poderá conferir a mostra, das 9 às 12 horas e das 13 às 17 horas.
Patrimônio Arquivístico
No dia 27, das 14 às 16 horas, haverá palestra expositiva intitulada “O Patrimônio Arquivístico do Poder Judiciário em Goiás”, que resulta de pesquisa de mestrado desenvolvida pelo colaborador da instituição, mestre em Estudos Culturais, Memória e Patrimônio pela Universidade Estadual de Goiás (UEG), Warley Eterno. A apresentação abordará os principais resultados e contribuições da pesquisa, que investiga o acervo arquivístico do Centro de Memória e Cultura do Poder Judiciário do Estado de Goiás, no contexto de processos históricos com escravizados no século XIX, na cidade de Goiás. A iniciativa tem parceria com o Programa de Pós-Graduação em Estudos Culturais, Memória e Patrimônio (PROMEP) da Universidade Estadual de Goiás (UEG). A palestra será voltada a estudantes e profissionais interessados nas áreas de Estudos Culturais e Patrimônio, e visa promover um espaço de diálogo e reflexão crítica sobre o impacto das políticas de memória e preservação cultural.
Coleções históricas
No período do evento, de 23 e 29 de setembro, será possível acessar as primeiras coleções históricas da instituição, na plataforma AtoM. O acervo digital está organizado em: Escravizados nos Processos Judiciais e Violência Contra a Mulher (Século XIX – Século XX); História do Tribunal de Justiça (Tribunal da Relação da Província de Goyaz – Superior Tribunal de Justiça de Goyaz – Corte de Apelação – Tribunal de Justiça). (Texto: Karinthia Wanderley- Centro de Comunicação Social)