Há 150 anos, no dia 1 de maio de 1874, na cidade de Vila Boa, foi instalado o Tribunal da Relação de Goiás, hoje Tribunal de Justiça do Estado de Goiás. Sua criação se deu meses antes, em agosto de 1873, por decreto imperial assinado pelo Imperador d. Pedro II. A primeira sessão de julgamento se deu quatro dias depois de sua instalação, no dia 5 de maio, no edifício nº 1, do Largo do Rosário, presidida pelo desembargador José Ascenço da Costa Ferreira, em substituição ao presidente nomeado, desembargador Adriano Manoel Soares. O presidente nomeado se atrasara em sua viagem para Goiás e só em outubro daquele ano tomou posse na presidência do Tribunal.
Além de José Ascenço e do presidente Adriano Soares, a Corte compunha-se ainda dos juízes de Direito Luiz José de Medeiros, Joaquim de Azevedo Monteiro e Elias Pinto de Carvalho. Elias Pinto, contudo, não assumiu o cargo e, em seu lugar, foi nomeado o juiz José Mariano Lustosa do Amaral. Para a primeira sessão, foram convocados os juízes Jerónimo José C. Curado Fleury e Benedito Félix de Souza, o primeiro, da capital Vila Boa, e o segundo, da comarca de Rio das Almas. Isso porque dois membros efetivos ainda não haviam assumido.
A província contava então com 170 mil habitantes e era governada pelo baiano Antero Cícero de Assis, tido como homem "sociável, caritativo, que estudava profundamente o caráter goiano", conforme relatou professor e procurador da República S. Fleury Curado, um dos fundadores do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás (IHGG). A primeira causa julgada foi um habeas corpus, oriundo da comarca de Morrinhos.
Durante 63 anos, o Tribunal funcionou na cidade de Goiás, transferindo-se, em 1937, com a criação de Goiânia, para a nova capital, edificada nos arredores da vila de Campininha das Flores. (Texto: Aline Leonardo, com informações do desembargador Itaney Francisco Campos - Centro de Comunicação Social do TJGO)