A desembargadora Sandra Regina Teodoro Reis, representando o presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), desembargador Carlos França, abriu nesta segunda-feira (4) a 26ª edição da Semana da Justiça Pela Paz em Casa, em Caldas Novas. A iniciativa, que é promovida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em parceria com os tribunais estaduais, tem o objetivo de conscientizar a população sobre a importância do combate à violência doméstica e familiar. Em Goiás, a ação é organizada pela Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do TJGO. Até a próxima sexta-feira (8), a programação segue em Caldas Novas, Itumbiara e na capital, com palestras, audiências, reuniões e rodas de conversa.

Compuseram a mesa diretiva da solenidade de abertura, o diretor do Foro de Caldas Novas, juiz Flávio Pereira dos Santos Silva; a vice-coordenadora da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar, juíza Érika Barbosa; a juíza da 1ª Vara Criminal de Caldas Novas, juíza Vaneska Baruki; a juíza Carolina Gontijo, da 2ª Vara Criminal de Caldas Novas; o prefeito de Caldas Novas, Cleber Marra; o presidente da Câmara Municipal de Caldas Novas, vereador Andrei Rocha; o coordenador das Promotorias, promotor de justiça Sávio Fraga; a representante da OAB, subseção de Caldas Novas, Anagiva Francisco de Oliveira; o delegado da DEAM de Caldas Novas, Rodrigo Pereira; o diretor administrativo da Faculdade Integra, Ítalo Oliveira Castro.

Mudança de atitude

Ao abrir a programação, de forma virtual, a desembargadora Sandra Regina Teodoro Reis, 2ª vice-coordenadora estadual da Mulher, agradeceu a acolhida do Município de Caldas Novas e ressaltou que o enfrentamento da violência contra a mulher é um processo longo, mas que a Semana da Justiça pela Paz em Casa ajuda a conscientizar a sociedade para uma mudança de atitude. “ Agradeço a todas as pessoas que de alguma forma estão envolvidas nesse precioso projeto. O ato de hoje demonstra o engajamento, a sintonia, a dedicação, o compromisso de todas e todos, que, em harmonia, buscam promover a transformação junto à sociedade”.

A coordenadora da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar,  juíza Marianna Queiroz, que também participou da solenidade de forma virtual, reforçou que a Semana da Justiça pela Paz em Casa contribui para alertar a sociedade sobre a violência doméstica vivida diariamente pelas mulheres, e destacou a programação do evento. “Durante toda a semana realizaremos palestras, rodas de conversa e cerca de mil audiências. São várias ações organizadas que pesam para dar visibilidade a esse assunto tão relevante”.

A juíza Érika Barbosa salientou a importância da interiorização da iniciativa e também do formato em que está sendo realizada “As rodas de conversa, as palestras nas escolas, esse contato direto com as pessoas é muito importante para aproximar o judiciário da sociedade. Que tenhamos uma semana muito produtiva e de mudanças positivas, em que as mulheres sejam respeitadas”.

Para o diretor do Foro da comarca de Caldas Novas, juiz Flávio  Pereira dos Santos Silva, a Semana da Justiça Pela Paz em Casa traz um alerta para proteger as mulheres que são vítimas em suas próprias casas. “Infelizmente, vivemos uma cultura muito machista em que as mulheres sofrem diversos tipos de agressão, seja física, verbal, patrimonial. Por isso, o CNJ promove três vezes ao ano esse evento, para não esquecermos essa realidade e para que mudanças aconteçam. Todos merecem respeito, atenção e uma vida digna”, pontuou o magistrado.

A juiza Vaneska Baruki também elogiou a iniciativa e ressaltou que “a união de forças de todos os órgãos envolvidos contribuem na mudança da realidade do quadro de violência contra a mulher”.

Termo de compromisso

Na oportunidade, foi assinado um termo de compromisso entre a comarca de Caldas Novas, em parceria com a Faculdade Integra, para oferecer serviços de atendimento jurídico, psicológico e odontológico para mulheres em situação de violência, além da instalação de um grupo reflexivo para autores de violência doméstica e familiar.

O diretor administrativo e financeiro da Faculdade Integra, Ítalo Oliveira Castro, ressaltou que o convênio trará benefícios para as mulheres vítimas de violência, quanto para os estudantes que irão atuar no projeto. “Será uma oportunidade de contribuir socialmente com essas mulheres e de aprendizagem para os alunos, que poderão colocar em prática o que aprenderam em sala de aula”, afirmou.


Feridas invisíveis

Titular da comarca de Trindade, o juiz Felipe Morais Barbosa conduziu a palestra de abertura com o tema “Feridas Invisíveis: o abuso não físico contra as mulheres”. Na oportunidade, pontuou como o machismo está diretamente relacionado à violência contra a mulher. “A sociedade em que vivemos é muito machista e as mulheres são vítimas desse machismo. E a violência não é só física. É uma violência velada. São homens que proíbem a mulher de ter contato com familiares para se sentirem isoladas, ou não deixam ela trabalhar ou estudar para ficarem cada vez mais dependentes, as agridem verbalmente. É um comportamento abusivo muito comum””, ressalta o magistrado, ao acrescentar que esse tipo de agressão é crime previsto no Código Penal.  O palestrante finalizou a exposição destacando que é necessário “descontruir” essas atitudes machistas para que homens e mulheres tenham um relacionamento mais simétrico e saudável.

Presenças

Ainda participaram da abertura, o juiz Èlios Mattos de Albuquerque Filho, da 2ª Vara Cível de Caldas Novas; o juiz Hugo Gutemberg, da Vara de Família e Sucessões de Caldas Novas; a juíza Anelize Béber Rinaldin, do 2º Juizado Especial de Caldas Novas;  o delegado regional do município, Gustavo Carlos; a secretária municipal de Educação, Vanessa Rodrigues; o subtenente Alysson Alves, representando o comandante da Polícia Militar, Renyson Castanhera; Evelyn Aida, do 3º Cartório de Registro Civil de Caldas Novas; e os servidores da Coordenadoria da Mulher do TJGO, Mara Cristina, Carlos Gonçalves e Morgana Santos.   Veja galeria de fotos (Texto: Karinthia Wanderley/ Fotos: Wagner Soares- Centro de Comunicação Social do TJGO)