A palestra da titular do Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, Sabrina Rampazzo de Oliveira, que abordou o papel social da mídia no enfrentamento à violência doméstica, ocorreu nesta quarta-feira (22) no fórum de Jataí, como parte da programação da 25ª edição da Semana Justiça Pela Paz em Casa do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), realizada pela Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica.

Sabrina Rampazzo falou sobre a importância dos meios de comunicação no combate à violência contra a mulher e lembrou que a mídia integra a rede de proteção. “O respeito, nos meios de comunicação social, dos valores éticos e sociais da pessoa e da família, de forma a coibir os papéis estereotipados que legitimem ou exacerbem a violência doméstica e familiar”, afirmou ela ao citar o artigo 8° da Lei Maria da Penha. “O trabalho da mídia é fundamental para a conscientização e combate ao feminicídio e à violência de um modo geral contra as mulheres”, completou.

Ainda de acordo com a juíza, o principal papel da mídia é o de informar. Porém, segundo ela, é importante que se entenda que a mídia não é apenas um canal de transmissão, uma vez que ela influencia a relação de consumo e a interação com a mensagem. “A mídia é uma poderosa ferramenta formadora de opinião e de pressão por políticas públicas. Eu costumo dizer que ela seria o quarto poder”, frisou.

Sabrina Rampazzo citou e exemplificou com alguns estudos sobre a mídia e divulgação de feminicídios e crimes sexuais. “Os materiais analisados mostram que não contêm uma contextualização complementar, deixando de informar se a vítima já procurou o Estado para pedir proteção”, disse, ao afirmar que é preciso que haja uma contribuição para um olhar crítico ao fenômeno.

Por fim, Sabrina Rampazzo salientou que a imprensa pode fazer a diferença ao dar visibilidade às diferentes dimensões do feminicídio. É importante, conforme salientou, associar a discussão dos crimes às políticas públicas, tratar o tema, retirando-o das páginas policiais e trazendo-o para os outros cadernos”, finalizou a juíza. (Texto: Arianne Lopes / Fotos: Acaray Martins - Centro de Comunicação Social do TJGO)

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