Com o objetivo de discutir os comportamentos conflituosos do ex-casal e seus efeitos negativos para os filhos, bem como suas responsabilidades, o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), por meio do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec), promoveu, na manhã desta segunda-feira (3), mais uma edição da Oficina de Pais. O projeto do Nupemec, em parceria com a Associação de Terapia Familiar de Goiás (ATFAGO), contou com a participação de mais de 20 pessoas. A reunião acontece toda primeira segunda-feira de cada mês.
O coordenador adjunto do Nupemec, juiz Rodrigo de Melo Brustolin, do 2º Juizado da Infância e da Juventude das Causas Infracionais e Questões Administrativas Afins da comarca de Goiânia, destacou que a oficinas de pais ajudam os casais que enfrentam conflitos jurídicos como ação de divórcio, dissolução de união estável, ação de guarda e regulamentação de visitas a buscarem resolver seus conflitos sem que se envolvam os filhos, que, em muitos casos, sofrem com a ruptura do casal. “Naturalmente, o divórcio consiste em grande desafio emocional para pais e filhos e, nesse momento delicado, é necessário o engajamento de todos para que essa cultura da paz possa ser duradoura”, afirmou.
Para o magistrado, a família e todos seus membros precisam adequar suas condutas à sua formatação da família após a profunda mudança na relação dos pais que o divórcio acarreta. “Resgatar tal responsabilidade, transmitindo aos pais algumas informações relevantes, orientando-os sobre o que pode ser feito para estabelecer boa parceria parental a fim de suas crianças e seus adolescentes vivam em um ambiente tranquilo e se tornem pessoas emocionalmente saudáveis é o principal objetivo”, frisou.
Palestras
O encontro foi conduzido pelas psicólogas da ATFAGO, Glécia Santana e Pytia Kalita. Na oportunidade, elas apresentaram durante cerca de quatro horas a temática, utilizando slides e vídeos, bem como promovendo discussões. O público alvo foi composto por pais e mães que apresentam algum conflito – jurisdicionalizado ou não. Elas abordaram ainda temas como os efeitos negativos que o conflito intenso e mal administrado dos pais acarreta para os filhos.
Além disso, as profissionais pontuaram a respeito da compreensão da diferença entre ex-conjugalidade e a eterna parentalidade; a transformação da cultura do litígio, entre outros assuntos. Na oficina, as psicólogas comentaram que os conflitos são inerentes à vida humana, uma vez que as pessoas são diferentes, bem como possuem restrições pessoais e particulares de sua realidade. “As famílias expõem pontos de vista distintos e ou objetivos incompatíveis que precisam ser levados em conta”, frisaram. A Oficina de Pais também é aberta à comunidade em geral e não haverá agendamento para a participação. (Texto e fotos: Acaray Martins – Centro de Comunicação Social do TJGO)