Comprometimento e humildade. Estas são as palavras mais usadas para descrever a juíza aposentada Mônica Neves Soares Gióia, que morreu, nesta quarta-feira (18), vítima de um câncer no cérebro. O sepultamento será no Cemitério Jardim das Palmeiras, Capela Real, Sala 7, às 17 horas. O velório será no mesmo local. 

Ela compôs os quadros do Poder Judiciário goiano durante 24 anos, dos quais 20 na magistratura, mas antes trabalhou como escrevente e oficial de Justiça. Em razão da doença, foi aposentada em 2017. Homenageada pelo TJGO no ano passado em razão do Dia da Mulher, ela gravou um vídeo em que relatava sua luta contra o câncer, no qual ela revelava seu empenho para, apesar disso, entregar a melhor prestação jurisdicional.

“Às vezes eu estava com muita dor de cabeça, eu levantava e não sentia forças para ir trabalhar, mas eu falava ‘meus jurisdicionados precisam de mim lá.’ Porque o dia que eu falto, são urgências que são remarcardas, abrigos que não têm a visita da magistrada. Então, eu pensava: eu não tenho direito de estar doente.”, disse.

Essa postura de comprometimento e seriedade é lembrada também pelos colegas que conviveram com a magistrada, como a juíza Maria Socorro Afonso Silva, que, depois de sua aposentadoria, assumiu a parte cível do Juizado da Infância e Juventude. Elas trabalharam juntas em Aparecida de Goiânia, comarca em que Mônica Gióia foi titular do Juizado Especial Criminal de 2005 a 2011, mas já se conheciam, segundo Maria Socorro, “desde os tempos em que ela trabalhou com o desembargador Leandro Crispim”.

“Era um ser humano admirável, comprometido e eficiente. Ela sempre foi extremamente sensível com as pessoas. Era pura e via sempre o lado bom dos outros e procurava ressaltar isso. Pensava muito no próximo e mesmo quando soube da doença, seu esforço era para manter os compromissos, protegendo o direito das crianças e adolescentes”, contou a juíza Maria Socorro, para quem ela perde não só uma colega, mas uma amiga. “Tinha uma postura de muita responsabilidade, de simplicidade e humildade. Nos deixa como exemplos o dever, trabalho, o compromisso com a entrega da Justiça e a humildade. Não posso deixar de ressaltar seu lado mãe, já que ela era muito dedicada aos filhos”, complementou.

O traço humilde é também lembrado pela diretora da Divisão Interprofissional do Juizado da Infância e Juventude da comarca de Goiânia, Edvania Freitas de Menezes Tavares, para quem a magistrada era, realmente, uma pessoa diferenciada. “Ela era uma pessoa muito simples, educada com servidores públicos em geral e amava o trabalho que fazia. Muito sensível. Tinha um carinho especial pela equipe técnica. Enfim, difícil falar de todas as suas qualidades. Era uma pessoa diferenciada, de muita fé”, disse.

Atuação

Mônica Neves Soares Gióia entrou no Judiciário goiano em abril de 1993 e, em 1997, passou no concurso para a magistratura, atuando nas comarcas de Caldas Novas, onde ficou do ano 2000 até 2005, quando foi para Aparecida de Goiânia. Lá, ela ficou no Juizado Especial Criminal até 2011, ano em que assumiu o Juizado da Infância e Juventude de Goiânia. (Texto: Aline Leonardo - Centro de Comunicação Social do TJGO)

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