Por maioria de votos, a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) manteve a condenção do corretor Marco Antônio Bittencourt, acusado pelo assassinato do casal de médicos Ilda Ximenes e Júlio César Ximenes em 4 de junho de 1997.
Para justificar os votos, os desembargadores alegaram que não foram apresentados dados novos para mudarem a decisão anterior.
Em março de 2006, o corretor foi condenado pelo 2º Tribunal do Júri de Goiânia a 27 anos de reclusão, em regime integralmente fechado, pelo assassinado do casal. O crime aconteceu em uma rua do Setor Faiçalville, na periferia de Goiânia. O casal foi encontrado morto a tiros dentro do Vectra KAY 9593, de Júlio César Ximenes. Segundo a denúncia do Ministério Público de Goiás (MP-GO), o corretor de imóveis assassinou o casal para se ver livre de dívidas que teria contraído.
Conforme relatado nos autos, ele administrava negócios dos médicos em Caldas Novas e era incumbido de comprar imóveis, receber aluguéis e pagar taxas e impostos. De acordo com o órgão ministerial, Marco Antônio apropriou-se fraudulentamente do dinheiro de Júlio César e Ilda, deixando de saldar taxas e impostos, tendo até mesmo provocado o protesto de títulos em nome do casal. Além disso, mantinha um padrão de vida acima de suas possibilidades financeiras e, em função desse fato, acumulava dívidas.
Descoberta a fraude, houve estremecimento da relação e o casal começou a cobrar os valores devidos por Marco Antônio. O corretor então propôs realizar um negócio envolvendo uma área no Setor Goiânia 2, para saldar a dívida. Na sequência, atraiu o casal de médicos para a periferia da cidade, onde os executou. O crime teve grande repercussão em Goiânia e foi investigado pela Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic). (Texto: Carolina Diniz - estagiária do Centro de Comunicação Social do TJGO)