A titular da 1ª Vara dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa e de Lavagem ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores de Goiânia, juíza Placidina Pires, condenou integrantes de facção criminosa, acusados de usarem advogados como “garotos de recado”, dentro do presídio de segurança máxima de Planaltina. As condenações envolvem crimes de organização criminosa e associação para o tráfico de drogas, e as penas variam entre seis a 13 anos de reclusão, em regime fechado, sem direito de recorrer em liberdade.
O esquema foi denunciado por meio de investigação da Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP), que resultou na captação de conversas, mediante autorização judicial, entre os detentos e profissionais da advocacia, durante as visitas na Unidade Prisional Especial de Planaltina de Goiás. Os advogados atuavam na comunicação da organização criminosa, levando e trazendo informações a respeito das atividades do tráfico de drogas, e estão sendo julgados em outro processo criminal, que tramita na Justiça goiana.
“O inquérito policial, conduzido por equipes da DGAP confirmou a troca de informações delituosas entre os presos e seus representantes legais, e a participação efetiva dos advogados no funcionamento da organização criminosa”, destacou Placidina Pires. Ela reforçou que as investigações comprovaram o envolvimento dos condenados em facção armada e estruturalmente ordenada.
A magistrada também esclareceu que, “conforme consta nos relatórios produzidos pela DGAP, os detentos se aproveitavam da visita dos profissionais da advocacia para obter informações sobre as atividades do tráfico de drogas e manter o funcionamento da organização criminosa, viabilizando a continuidade do comércio ilegal de entorpecentes.