Os réus Cleuto dos Anjos Araújo, vulgo "Macaco Louco"; Vanderlei Alves dos Santos Júnior; e Tahylná Alves de Oliveira, vão a júri popular, nesta quarta-feira (19), a partir das 8h30, em sessão de julgamento da 3ª Vara dos Crimes Dolosos Contra a Vida e Tribunal do Júri de Goiânia, sob a presidência do juiz Jesseir Coelho de Alcântara. Eles são acusados de atropelarem dois adolescentes por causa de briga de torcida organizada. O julgamento será realizado no auditório do Fórum Cível, no Park Lozandes, em Goiânia. 

O crime aconteceu no dia 11 de abril de 2021, no Setor Jardim Novo Mundo, em Goiânia. Consta dos autos que, no dia do crime, após uma partida de futebol, os denunciados saíram em três carros com objetivo de agredir torcedores do Goiás que encontrassem pelas ruas da capital, e tomar suas camisetas do time adversário como um troféu, de forma a demonstrar a supremacia em termos de violência da torcida organizada. E os denunciados avistaram dois menores na calçada, próximos um ao outro. Na ocasião, um estava com uma camiseta da torcida Força Jovem, do Goiás Esporte Clube. Como estava na frente da fila, um veículo dirigido por Murillo parou abruptamente ao lado das vítimas, e, quando os demais ocupantes desciam para roubar a camiseta de um menor, Vanderlei avançou na calçada com o veículo em velocidade, atropelando as vítimas. Foram vários denunciados no processo, mas muitos foram absolvidos sumariamente e outros impronunciados e o feito ficou limitado somente aos cinco apontados. 

Motivo fútil

Ainda, conforme os autos, com o impacto, Maria Clara foi arremessada à frente do veículo, enquanto Gabriel caiu lateralmente na calçada, atrás de uma árvore. Para o MP, o motivo da tentativa de homicídio foi fútil, pois derivou do simples fato de Gabriel vestir camiseta da torcida adversária. Em seguida, enquanto Vanderlei manejava o veículo HB Hatch de ré para sair da calçada, Cleuto desceu do veículo, e, com Teones e Bruno, que desceram do HB Sedan (João Paulo chega a descer segurando a porta traseira esquerda, mas não acompanha), Lucas e um menor, que desceram do veículo, que vinha por último, foram até Gabriel, que estava reduzido à impossibilidade de resistência após o atropelamento, e, mediante violência e grave ameaça, subtraíram-lhe a camiseta, deixando todos o local nos respectivos veículos, sendo que a vestimenta foi levada por Cleuto, no veículo HB Hatch.

Consta dos autos também que, minutos antes desse fato, também no Setor Jardim Novo Mundo, Tahylná Alves Porto de Oliveira, vulgo “Tatty Porto”, Paulo Henrique de Oliveira Fernandes, Lucas Eduardo da Silva Pinto e Hiago Guimarães Santos, em comunhão de vontades e unidade de desígnios, mediante violência e grave ameaça exercida com o emprego de arma de fogo, subtraíram para si a camiseta da vítima Luana (nome fictício, menor de idade). A bordo de um carro, viram a vítima Luana vestindo também uma camiseta da torcida organizada Força Jovem, momento em que pararam o carro, Tahylná desceu, sacou uma arma de fogo da cintura e, mediante grave ameaça, ordenou que a vítima lhe entregasse a camiseta, o que foi atendido, deixando a vítima vestida apenas com o sutiã, na rua. (Texto: Acaray Martins – Centro de Comunicação Social do TJGO)

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