Com a finalidade de discutir o Transtorno do Espectro Autista (TEA) no âmbito do Poder Judiciário do Estado de Goiás, a Escola Judicial do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (Ejug), em parceria com a Divisão de Acolhimento e Ambientação Funcional (DAAF) da Diretoria de Gestão de Pessoas (DGP), realizou, nesta terça-feira (30/04), exposição dialogada sobre o tema, com profissionais da área.

A conversa foi mediada pela psicóloga Thayssa Moiana, servidora da DGP, com a participação da juíza Priscila Lopes Silveira, presidente da Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão, do TJGO; da fonoaudióloga Juliana Freitas; do psiquiatra Rafael Luzini e do psicólogo Bruno Jorge de Sousa.

No debate, os participantes discutiram desde as formas de diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista às particularidades de cada paciente e a necessidade de acolhimento no ambiente de trabalho. Eles ressaltaram que o diagnóstico é feito sempre pelo médico, embora envolva a participação de profissionais como o psicólogo e fonoaudiólogo.

“É muito importante observarmos o termo dificuldade, ao invés de incapacidade”, ressaltou o psiquiatra Rafael Luzini, ao pontuar que cada pessoa com TEA tem suas particularidades, que precisam ser respeitadas e acolhidas. “Sempre que falo de transtorno, falo de sofrimento, de prejuízo emocional em alguma área da vida da pessoa. Esse transtorno interfere na vida pessoal, profissional, de lazer. Por isso, é preciso um olhar sensível, único, individualizado, humanizado”, disse.

O psicólogo Bruno Jorge de Sousa exemplificou: “imagine uma pessoa que tem enxaqueca e, quando tem crise, pode ter hipersensibilidade à luz, ao barulho. Agora imagine viver uma vida inteira onde o tempo todo aquela estimulação está te incomodando e o mundo não está preparado para você”, frisou. “Por isso, no ambiente de trabalho, precisamos ser abertos e acolhedores com cada pessoa, além de abordar o tema para promover conhecimento, como o Poder Judiciário está fazendo”, afirmou.

A fonoaudióloga Juliana Freitas pontuou alguns mitos relacionados à pessoa com TEA. “Autista não tem empatia, não ama, não é carinhoso. Não olha nos olhos. Tudo isso é mito. São pessoas que têm empatia e são afetuosas, sim. Mas existem diferentes formas de empatia e afeto. Tudo fica mais claro quando conversamos com elas e identificamos essas particularidades”, ressalvou.

A exposição dialogada ocorre no contexto do Abril Azul, mês de conscientização sobre o autismo, para conscientizar magistrados, servidores e estagiários do TJGO com funcionamento típico sobre aqueles que fazem parte do espectro do transtorno autista e, por isso, possuem especificidades na comunicação e na interação social.

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