O Projeto Pai Presente, executado pela Corregedoria-Geral da Justiça de Goiás (CGJGO) com a finalidade de garantir ao cidadão o direito de ter o nome do pai no registro de nascimento foi apresentado no Workshop da Infância e da Juventude, e citado como exemplo de boas práticas. Ao encampar o projeto na comarca em que atua, a juíza Cláudia Sílvia de Andrade Freitas, de Flores de Goiás, emocionou os presentes durante sua explanação com o relato da sua experiência pessoal com um servidor do fórum que não tinha o registro do pai na certidão de nascimento.
A tristeza no olhar do servidor em uma das suas ações cotidianas para divulgar o Pai Presente a fizeram perceber que talvez aquele rapaz pudesse fazer parte da triste estatística que alcança hoje 5,5 milhões de brasileiros: a ausência do nome do pai no registro de nascimento. Um dia, ao chamá-lo para uma conversa informal, descobriu que sua intuição estava certa. Sensibilizada com a história, conseguiu entrar em contato com o pai verdadeiro dele e promover o encontro entre os dois no fórum local para que fosse realizado o registro de paternidade. “Me emociono cada vez que me remeto a essa história, pois a vida dessa pessoa, nosso servidor há tantos anos, mudou completamente em razão de um ato simples. É inconcebível que em pleno século 21 tantas pessoas sejam privadas de um direito tão básico”, comoveu-se.
A magistrada lembrou que 30% dos brasileiros não tem o nome do pai no registro de nascimento e 80% dos jovens infratores também não possuem o documento. “Não podemos ficar com os braços cruzados, sentados na nossa zona de conforto. As pessoas, especialmente as crianças e adolescentes se sentem desamparados e começam a buscar subterfúgios como a prostituição a delinquência juvenil”, pontuou.
A seu ver, para que haja uma mudança basta apenas boa vontade e esforço. “Precisamos de atitude, temos que estender nossas mãos a quem precisa. Todos unidos podemos remover os obstáculos. O problema parece instransponível, mas se cada um fizer sua parte, um dia teremos o orgulho de olhar para um País diferente, um lugar onde cada brasileiro se sentirá verdadeiramente como um cidadão”, concluiu.
O juiz Sival Guerra Pires, auxiliar da CGJGO e coordenador do Pai Presente em Goiás fez uma intervenção especial e em breves palavras disse que antes de assumir essa função não tinha noção da dimensão do projeto. “Tenho orgulho de fazer parte do Pai Presente e não tem preço poder contribuir para ver uma pessoa feliz, realizada e completa. Deixo aqui manifestado que o Pai Presente será priorizado pela Corregedoria”, assegurou.
Outros seis exemplos de boas práticas foram apresentados pelos magistrados Maria Socorro, Carlos Limongi Sterse, Wagner Gomes Pereira, Stefane Fiúza Cançado, do Juizado da Infância e da Juventude de Aparecida de Goiânia, e pro Simone Disconi de Sá Campos, do CAO da Educação do MP-GO com o Projeto Bem Educar, e José Antônio Correa Trevisan, de Taquaral de Goiás, com o Projeto Parceiros Parceiros. (Texto: Myrelle Motta- assessoria de imprensa da Corregedoria-Geral da Justiça de Goiás/fotos: Aline Caetano – Centro de Comunicação Social do TJGO)