“O ser humano passa por um desenvolvimento incrível. É só observarmos: quando começa a falar, andar e adquirir conhecimento. O que a gente observa é que tudo começa na gestação. Pesquisadores do mundo inteiro afirmam que os traços de psicopatia já são perceptíveis na gestação inadequada, com o uso de drogas, tabaco e álcool”, pontua o psicólogo criminal da Polícia Técnico Científica do Estado de Goiás, Leonardo Faria.
A conferência Panorama da Infância e Juventude no Brasil: Aspectos Psicossociais teve a coordenação da juíza Ana Cristina Borba Alves e Maria Socorro Sousa Afonso Silva, no 19º Fórum Nacional da Justiça Juvenil, que acontece na comarca de Pirenópolis. A palestra abordou as fases do desenvolvimento bio psicossocial, crime nas etapas da vida e vitimização infantojuvenil. “O tema é de suma importância porque a Infância e Juventude engloba o funcionamento de uma sociedade”, afirma Faria, para quem fatores genéticos, biológicos e ambientais definem todas as pessoas, inclusive o jovem infrator.
O levantamento da SEDH (2004) mostra que 39.578 adolescentes estão no sistema socioeducativo, o que representa 0,2% dos adolescentes do País. De cada dez adolescentes que cumprem medida em regime fechado, nove praticaram ato infracional sob o efeito de drogas.
O psicólogo criminal explanou sobre a era dos direitos da criança e do adolescente com a primeira declaração universal no ano de 1923 e logo depois em 1927 com o código de menores e doutrina da situação irregular aos carentes, abandonados, inadaptados e infratores e afirma a importância do investimento em educação. “Quando falamos de políticas públicas devemos pensar primeiro na escola porque ela vai fazer a formação da criança e do adolescente que as vezes o pai e a mãe não se atentam. O menor transfere toda a afetividade para a professora que compara-se ao de mãe”, pontua.
O palestrante trouxe dados em que o Brasil é o terceiro país com maior taxa de mortalidade do mundo com 20,43 milhões de pessoas em situação de pobreza e 8,20 milhões em condição de extrema pobreza. A revitimização e a falsa memória foram umas das questões pontuadas pelo psicólogo. O bate papo contou com a participação dos magistrados presentes que tiraram dúvidas com o psicólogo. (Texto: Jéssica Fernandes – da Corregedoria-Geral da Justiça de Goiás/ Foto: Wagner Soares – Centro de Comunicação Social do TJGO)