28742419202 f0ab6c0029 zSegundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), qualquer ato sexual ou tentativa do ato que não seja desejado, ou atos para traficar a sexualidade de uma pessoa, utilizando repressão, ameaças ou força física, praticados por qualquer pessoa independentemente de suas relações com a vítima, qualquer cenário, incluindo, mas não limitado ao do lar ou do trabalho, é caracterizado como violência sexual.

 

 

Somente no primeiro quadrimestre de 2016 foram registradas 4.953 denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes, segundo dados da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Com o objetivo de obter o relato fiel dessas denúncias e de qual maneira abordar a vítima, está sendo realizada pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), por meio da Coordenadoria da Infância e Juventude, Corregedoria Geral da Justiça de Goiás (CGJGO), Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) e Polícia Civil do Estado de Goiás, uma série de workshops com o tema Crimes Sexuais contra Crianças e Adolescentes: Reflexões e Abordagem.

O encontro, realizado na última sexta-feira (5), no auditório do Tribunal do Júri da comarca de Uruaçu, reuniu operadores do Direito que atuam nas audiências de escuta da criança e do adolescente como conselheiros tutelares, promotores, delegados, equipes interprofissionais forenses, além da equipe do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e Centro de Referência da Assistência Social (Cras). O workshop foi ministrado por duas integrantes da equipe da Secretaria Interprofissional Forense da CGJGO, a psicóloga Ana Paula Osório Xavier e a assistente social Maria Nilva Fernandes da Silva. 28847449005 0e44f7d7f7 z

O corregedor-geral da Justiça de Goiás, desembargador Gilberto Marques Filho, fez a abertura do encontro ressaltando a importância das parcerias entre os órgãos públicos. “Estivemos na comarca de Uruaçu no ano passado realizando Audiência Pública e hoje voltamos para mobilizar e auxiliar os operadores do Direito. A promotora de Justiça Karina d'Abruzzo, coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Infância e Juventude do MPGO é uma entusiasta da ideia. Nós, preocupados com a abordagem que é feita nas ações penais que envolvem o abuso sexual, firmamos essa parceria também com a Polícia Civil”, pontua o magistrado (foto à direita).

Para o corregedor-geral, os profissionais envolvidos na escuta da criança e do adolescente devem estar preparados para fazer a abordagem para que a vítima não seja mais vitimada. “Devemos nos mobilizar e criar mecanismos de atendimento e abordagem. É importante a cada momento a troca de conhecimento e de prática dos órgãos parceiros que atuam nos processos dessa natureza”. Na oportunidade foi entregue para os presentes a cartilha Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes: Reflexões e Abordagem, elaborada pela equipe técnica do Juizado da Infância e Juventude da comarca de Goiânia e do MPGO, com orientações técnicas que trazem conceitos e formas de abordagens mais assertivas com as vítimas de abuso sexual.

28563149840 a90f334576 z“Nosso trabalho se encontra na cartilha que desenvolvemos em parceria com o MPGO. O objetivo é orientar a rede no momento em que se depararem com casos de abusos sexuais de crianças e adolescentes. Sempre queremos ajudar a vítima, mas sem a abordagem adequada podemos constrangê-la e até mesmo prejudicá-la”, pontua a juíza auxiliar da CGJGO, Maria Socorro de Sousa Afonso da Silva (foto à esquerda).

Foram esclarecidas dúvidas e encenada uma situação de abordagem do profissional com a criança ou o adolescente vítima de abuso, quais as perguntas mais adequadas e a postura do profissional. “É dever de todos proteger a vítima. Não existe um perfil típico do abusador. Ele utiliza a relação de confiança para o ato e a pessoa que deveria proteger a criança e o adolescente é, na maioria das vezes, o próprio abusador”, pontua a psicóloga que integra a Secretaria Interprofissional Forense, Ana Paula Xavier. 28771440201 e2291740f0 z

O coordenador do Centro de Saúde do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, Ricardo Paes Sandre, elogiou a iniciativa do encontro. “É muito importante para o profissional da saúde saber lidar com essas situações porque muitas vezes o paciente está no consultório por uma enfermidade, mas nos deparamos com o abuso sexual no seu histórico. O abuso sexual deixa sequelas emocionais em uma pessoa por toda a vida”, ressalta Sandre (foto à direita).

Participaram do workshop o juiz auxiliar da CGJGO, Ronnie Paes Sandre, magistrados da 11ª e 12ª Região Judiciária, conselheiros tutelares, promotores, delegados, equipes interprofissionais forenses, equipe do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e Centro de Referência da Assistência Social (Cras). (Texto: Jéssica Fernandes – da Corregedoria-Geral da Justiça de Goiás/Fotos: Wagner Soares – Centro de Comunicação Social do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás)

Veja galeria de fotos

Quer saber mais sobre seu processo. Fale comigo!
Atendimento Virtual
Programa de Linguagem Simples do TJGO
Avalie nosso serviço