Depois de trabalhar desde os 7 anos de idade em várias atividades na roça e com sérios problemas de saúde, Gildo Virgílio dos Nascimento, de 58 anos, conseguiu sua aposentadoria rural por idade, oportunizada pelo Programa Acelerar – Núcleo Previdenciário do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), que está sendo realizado nesta sexta-feira (29), na comarca de Aruanã. A audiência foi presidida pela juíza Alessandra Gontijo do Amaral que, ao lado de outros dois magistrados, estão dando suporte ao evento, com 98 processos agendados para todo o dia, a maioria referente à aposentadoria por idade e rural.

Gildo Virgílio contou à juíza que começou a trabalhar desde criança por determinação de seu pai, porque naquela época as coisas eram difíceis. “Tinha de trabalhar de dia para comer à noite.” Segundo ele, fez um pouco de tudo. “Plantei roça, limpei pasto, fiz cerca de arame e, antes de adoecer, fui carvoeiro no Mato Grosso”, afirmou. Na carvoaria, disse que “sentiu muito”, pois tinha de pegar as toras de madeira e colocá-las no forno quente, retirar o carvão ainda quente e acondicioná-lo. Disse, ainda, que o maior problema foi ter de conviver diariamente com a fumaça, tóxica para o organismo.

Atualmente, em razão de duas cirurgias que fez no baço, devido a um acidente, Gildo Virgílio afirmou que não pode trabalhar no “pesado” e tornou-se um catador de latinhas. “Passei a catar latinhas e com elas faturo cerca de R$ 200 por mês, para o meu sustento e o de minha mulher”, explicou. Ele também tem sérios problemas de coluna e circulação. Não pode ficar muito tempo sentado por causa do bico de papagaio (hérnia de disco)” e em pé, por conta das veias, com protuberâncias acentuadas.

O seu benefício deverá ser implantado no prazo de 60 dias e as parcelas atrasados, no valor de R$ 10 mil. Gildo Virgílio deu entrada em seu processo há cerca quatro anos e sobre a decisão achou boa demais. “Melhor do que isso estraga”, afirmou.

LOAS

Também a doméstica Ivanilda da Costa Cunha conseguiu nesta 3ª Edição do Programa Acelerar – Núcleo Previdenciário, em Aruanã, sua aposentadoria assistencial (Loas) por ser portadora de graves problemas de saúde, que a impossibilitam de exercer qualquer atividade que possa lhe garantir o sustento.

Conforme laudo médico, ela sofre de espondilose de coluna lombar, discopatia degenerativa, protusões discais posteriores, evoluindo com dores progressivas, que pioram aos esforços físicos e sobrecargas, sensação de paresias em membros inferiores, limitações funcionais e motores e diminuição da força “no momento inapta temporária e total ao laboro desde junho de 2015, por 24 meses”. Também é portadora de insuficiência de valva tricúspide, aneurisma apical do ventriculo esquerdo em tratamento e uso de medicações contínuas. Na sentença, com antecipação dos efeitos da tutela, a juíza Gabriela Maria de Oliveira Franco determinou que o benefício seja implantado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) no prazo de 60 dias.

Com esta nova edição em Aruanã, o Programa Acelerar – Núcleo Previdenciário, do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), encerra os trabalhos desta semana em dois outros municípios da Região do Vale do Rio Araguaia – Nova Crixás e Mozarlândia –, com a efetivação de 316 audiências realizadas e 53,39% de benefícios concedidos, totalizado R$ 1.728.581,93 de atrasados.

O evento em Aruanã conta ainda com a colaboração do juiz Jonas Nunes Resende (2ª Vara Cível, Criminal, das Fazendas Públicas e de Registros Públicos) de Ceres. Representando o INSS, estão atuando o procurador Joaquim Pedro da Silva e os servidores Davi Medeiros Milazzo, Gérson Faleiros de Araújo, Kamilla Santos Oliveira Lobianco, Robson Alexandre da Silva e Katiane Alves Barbosa.

A comarca de Aruanã, que tem como distrito judiciário o Município de Britânia, tem cerca de 6 mil processos em tramitação, informou a secretária da Diretoria do Foro local, Adriana Uassuri. Atualmente, responde pela comarca, o juiz Luís Henrique Lins Galvão de Lima, do Juizado Especial Cível e Criminal de Goiás. (Texto: Lílian de França/Fotos: Wagner Soares – Centro de Comunicação Social do TJGO)

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