O Programa Acelerar – Núcleo Previdenciário do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) percorre durante esta semana as comarcas de Uruana, Rialma e Taquaral. Nesta terça-feira (19), chegou a comarca de Rialma com mais de 50 audiências em pauta e seguirá, amanhã (20), para Taquaral de Goiás. Estão previstas 300 audiências para os três dias da força-tarefa, cujos processos estão relacionados a aposentadoria rural por idade, invalidez, urbana por idade, auxílio-doença, salário-maternidade e Lei Orgânica da Assistência Social (Loas).
A força tarefa movimentou as comarcas por onde passou. Mais de 600 pessoas passaram pelos fóruns nestes dois primeiros dias. Cleidionice Duarte Silva (foto à direita), de 64 anos, saiu do fórum aposentada por invalidez. Ele contou que há três anos começou a sentir fortes dores da coluna. “Eu tenho artrite, artrose, bico de papagaio, osteoporose, pressão alta e diabetes”, disse, ao relatar a lista de doenças com as quais foi diagnosticada.
O acordo entre ela e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foi homologado pelo juiz Luciano Borges da Silva. Além disso, Cleidionice receberá o pagamento atrasado de R$ 3,3 mil. “O dinheiro que a gente ganha não dá para nada. Viver só com a aposentadoria do meu marido não dá mais”, afirmou, ela, que pretende usar o dinheiro para se tratar. “Preciso fazer um tratamento porque eu fico mais na cama do que de pé. Quero ir para Goiânia para me cuidar”, desabafou.
Marciana Correia da Silva (à esquerda), de 74 anos, também conseguiu sua aposentadoria urbana por idade. Acompanhada do filho, ela achou que não ia conseguir o benefício porque um vizinho disse que “ia demorar muito”. No entanto, aconteceu o contrário. “Saiu mais rápido do que eu esperava”, relatou. O acordo foi homologado pela juíza Gabriela Maria de Oliveira Franco.
Foi também devido ao mutirão que o lavrador de 34 anos, Elias Correia de Souza (foto abaixo), conseguiu o auxílio-doença rural. A audiência foi presidida pelo juiz Rodrigo de Melo Brustolin que fez a homologação do acordo. O homem foi contaminado por agrotóxico na plantação de melancia. Ele contou que começou a trabalhar com o produto aos 11 anos de idade. “Nunca usei roupa de proteção para bater veneno”, destacou.
Ele relatou também que virou rotina ir ao posto de saúde tendo convulsões e manchas vermelhas na pele. “Minha saúde nunca foi boa. O médico me disse que eu tinha que parar de mexer com isso, mas como que faz? Foi a única coisa que fiz na vida”, disse. Elias lembrou também que desde que a mãe morreu, a sua saúde piorou. “Estou depressivo e minhas crises convulsivas aumentaram”. Segundo ele, com o dinheiro, vai comprar uma casa e sair da roça. “Eu moro de favor na fazenda. Quero vir para a cidade e ter uma vida mais tranquila”, planejou.
Participaram da edição do mutirão em Uruana os juízes Rodrigo de Melo Brustolin, Luciano Borges da Silva, Gabriela Maria de Oliveira Franco e Roberta Wolpp Gonçalves e Cristian Assis, que não seguirá para Rialma e Taquaral de Goiás. (Texto: Arianne Lopes / Fostos: Wagner Soares – Centro de Comunicação Social do TJGO)