O Programa Acelerar – Núcleo Previdenciário encerra, nesta sexta-feira (17), suas atividades na comarca de Niquelândia, depois de uma semana de atuação na Região Norte do Estado. Até a quinta-feira (16), por volta das 19 horas (horário em que se encerraram as audiências), foram realizadas 567 audiências em Porangatu e Niquelândia. Os números mostraram também que em 264 processos foram realizados acordos e 336 benefícios foram concedidos, ou seja, 58%. Já o índice de sentenças proferridas chegou a 86,24%. Além disso, foram movimentados R$ 4.850.493,79 em benefícios atrasados.

Com isso, passaram pelos dois fóruns cerca de 1,7 mil pessoas, entre partes, testemunhas e advogados. O balanço parcial foi divulgado pela coordenadoria do Núcleo Previdenciário, na manhã desta sexta-feira.

“Com cerca de 8 mil processos em tramitação, sendo uma boa parte somente de ações previdenciárias, o mutirão contribui para a celeridade da prestação jurisdicional”, afirma o juiz que está respondendo pela comarca, Cristian Assis. Segundo o magistrado, a comarca conta com duas varas judiciais e um juizado. Em todas as unidades há juízes respondentes.

Cristian Assis ressaltou que eventos como este favorecem os beneficiários e a população local. “O município é o maior do Estado em extensão territorial e isso faz com que ele seja altamente agrícola. Então, aqui há um represamento de processos previdenciários e o mutirão dá um resposta rápida à população, desafogando o Judiciário”, ressaltou.

Entre as pessoas que passaram pelo fórum estava o lavrador João Cezário Correia, de 64 anos. Ele conseguiu se aposentar e não conteve a emoção. “Estou muito doente e o dinheiro que eu ganho na roça não está dando para sustentar minha família”, disse. Ele mora com a mulher e o filho mais novo. “Teve dia em que não tivemos o que comer. Isso é muito triste para um pai de família”, desafabou.

João Correia disse ainda que a mulher e o filho de 18 anos ajudam na despesas, mas “mesmo assim não dá. Não estou encontrando trabalho”. Morando em uma chácara localizada a 60 quilômetros da sede do município, o lavrador foi ao fórum de carona. Ele contou que saiu de casa às 5 horas e chegou ao fórum às 11 horas. “Eu fiquei com medo de perder a audiência e vim o mais cedo que pude. Arranjei duas caronas para chegar aqui e deu certo”, ressaltou.

Gratidão também foi o sentimento de Lindaura Serafins de Souza Gonçalves, de 58 anos. O acordo de sua aposentadoria por invalidez rural foi homologado pelo juiz Rodrigo de Melo Brustolin. “Meu marido morreu há dois anos e eu vivo sozinha. Com esse dinheiro vou pagar umas contas e dar um jeito na minha vida”, planejou, ao lembrar que vai receber R$ 19.096,00 em atrasados.

Viúva, Lindaura afirmou que os quatro filhos estão criados e moram na cidade. “Só eu que quis ficar na roça. Não dou conta da cidade. Um mora em Colinas do Sul, outro em Goiânia, um em Porangatu e a menina está em Niquelândia”, destacou. (Texto: Arianne Lopes / Fotos: Aline Caetano - Centro de Comunicação Social do TJGO)

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