O desafio de realizar a comunicação de instituições da Justiça num contexto em que o avanço tecnológico se sobrepõe à humanização está no centro das discussões do 10º Congresso Brasileiro dos Assessores de Comunicação da Justiça, (Conbrascom) iniciado nesta quinta-feira (31), em Aracaju (SE). O evento segue até a sexta-feira (1ª) e reúne profissionais que fazem a comunicação institucional dos tribunais de justiça estaduais, tribunais federais (TRFs), do trabalho (TRTs), eleitoral (TREs), ministérios públicos estadual e federal (MP e MPU), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), entre outros. Pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) estão participando o diretor de comunicação social, Bruno Sávio Lousa Rocha e a assessora de comunicação, Patrícia Papini.
A abertura dos trabalhos foi feita pela manhã, quando os participantes compartilharam seus projetos, expectativas, soluções encontradas e entraves enfrentados para tornar pública e compreensível a realidade da Justiça no País. "Nosso desafio é grande, porque precisamos tornar claro o modo como se faz Justiça e, eventualmente, o quanto esse processo pode ser difícil e demorado, ainda que exista boa vontade e dedicação de nossos juízes, promotores e advogados", observou a coordenadora do X Conbrascom, Rosangela Maria Moraes Sanches, do Tribunal de Justiça de São Paulo (foto abaixo). Como salientou, de um modo geral, o "produto" dos assessores de comunicação dos tribunais de justiça sempre desagrada a uma das partes - a que sai perdendo - motivo pelo qual esse é um trabalho que envolve estratégia, cuidado e planejamento.
O perfil do novo "consumidor de notícias" também foi objeto de discussão, sobretudo durante palestra do professor Ronaldo Linhares, doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP). Ele falou sobre os Conteúdos Web e Jornalismo na Era das Mídias Sociais. Como destacou, os avanços tecnológicos mudaram a forma de se consumir notícia, tornando o público-alvo incomparavelmente mais exigente que aquele de dez anos atrás."Hoje, a notícia tem de ser muito mais rápida, muito mais precisa, com muita animação, desenhos, gráficos, link (o chamado hipertexto, em que uma única notícia contém links que dão acesso a outros conteúdos). Tudo precisa ser espetacular", frisou.
De acordo com Linhares, o chamado "internauta", não é apenas um consumidor de notícias, mas também, um produtor, já que as dissemina por meio das redes sociais. Isso aumenta drasticamente a responsabilidade das assessorias de comunicação que atuam no meio jurídico, que têm de lidar com as expectativas da sociedade acerca da solução de litígios e, ainda, noticiar os desfechos de maneira clara quanto aos motivos que levaram à tomada de tal ou qual decisão.(Centro de Comunicação Social do TJGO - Fotos: Bruno César / DIRCOM-TJSE)