O Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), por meio do 2º Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania de Goiânia, promoveu, na manhã desta segunda-feira (7), a Oficina de Pais. Por meio de palestras, a iniciativa objetiva auxiliar os pais e filhos a enfrentarem as consequências do divórcio e reduzir traumas decorrentes das mudanças nas relações familiares.
As palestras são ministradas por psicólogos nas primeiras segundas-feiras de cada mês, no auditório do Fórum Fenelon Teodoro Reis (Fórum Criminal) e têm duração de aproximadamente quatro horas. Segundo a juíza Sirlei Martins da Costa, coordenadora do 2º Centro Judiciário da capital, a ação começou em novembro do ano passado e já beneficiou quase 400 pais que são partes em processos nas seis varas de família de Goiânia em que há filhos envolvidos.
“As oficinas são direcionadas a pais e mães que atravessam a difícil fase de um divórcio ou dissolução da união estável e oferecem atendimento aos casais”, enfatizou a magistrada. Para ela, além de amenizar o conflito, a ação impede que surjam mais conflitos que vão dar origem a outros processos. “É comum perceber nas audiências que as pessoas que participaram desse processo ficam mais abertas à conciliação do que as que não participaram”, avaliou.
Ângela Baiocchi, psicóloga e terapeuta familiar, lembrou que o divórcio é comum no Brasil. Segundo ela, quase 30% dos casamentos brasileiros terminam em divórcio e em 87% dos divórcios concedidos, os filhos ficam com as mães. “Essa realidade reflete no nosso Estado e traz consequências para os filhos”, frisou. Ela falou, ainda, que os conflitos entre os pais recaem sobre os filhos e a melhor maneira de solucionar o conflito é o diálogo.
Ao trabalharem com os pais na oficina, a terapeuta usa uma cartilha voltada aos adolescentes e aos pais, além de vídeos. “Fazemos de uma maneira em que respeitamos o momento dos pais, mas em deixar de pensar, também, no dos filhos, que muitas das vezes ficam no meio dos dois”, explicou.
De acordo com ela, para que o trabalho dê certo é fundamental a colaboração dos pais. “Como não é uma obrigação, é preciso que haja um comprometimento deles, mas como estou no projeto desde o início, posso falar que pessoas que vêm aqui estão mais abertas à mudança”, analisou.
Divorciado há sete anos, o funcionário público Helder Cruvinel Hungria (foto), que participa das palestras desde dezembro passado e pleiteia a guarda do filho, falou da importância da iniciativa. “Toda oficina tem um diferencial e estou melhorando a cada dia, não só no relacionamento com a minha ex, mas em tudo da minha vida”, destacou. (Texto: Arianne Lopes / Fotos: Hernany César – Centro de Comunicação Social do TJGO)