Aos 90 anos, Bárbara Ferreira de Brito teve um visita inesperada em sua casa: a do juiz Wander Soares Fonseca (foto à esquerda). Além de ser concedida a pensão por morte rural do marido, ocorrida há 8 anos, o magistrado converteu o benefício assistencial Loas que ela recebia, em aposentadoria rural. A audiência, realizada na casa da idosa, é uma das iniciativas do Programa Acelerar – Núcleo Previdenciário do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), que chegou nesta quarta-feira (19), a Caiapônia.
Ao ver que a mãe não tinha condições de ir ao fórum devido a problemas de saúde, a filha de Bárbara, Divina Moreira de Brito, ficou com medo da audiência não ser realizada e pediu para irem até a casa da mãe. “Eu quis vir aqui porque já me falaram que o juiz pode ir até a casa ou hospital para aposentar o povo e graças a Deus deu certo”, ressaltou.
Acompanhado da representante do Instituto Nacional do Seguro Social (Inss), Aladir Arantes Carvalho, os dois fizeram com que o quarto de dona Bárbara virasse praticamente uma sala de audiência. Lá, o magistrado explicou para a idosa o que estava acontecendo e ela, sem entender, agradeceu e disse:“Vai com Deus, meu filho”. A filha mais velha de Bárbara, Maria Moreira de Souza, explicou que mãe tem Alzheimer e Parkinson, doenças degenerativas crônicas que, em geral, têm maior incidência com a idade e para as quais ainda não se conhece a cura definitiva. “Por isso que ela está tão ruinzinha assim. Uma das poucas coisas que ela não esqueceu é mandar o povo ir com Deus”, contou.
O dinheiro será para reformar o banheiro, já que não cabe a cadeira de rodas que Bárbara usa para tomar banho. “A gente quer arrumar algumas coisas aqui na casa para ela viver melhor”, revelou. Maria disse ainda que está doente há mais de dez anos e o tratamento é realizado em Caiapônia mesmo. “Ela não consegue andar de carro. Passa muito mal e toda hora tem que parar. A gente faz tudo para ela não precisar de casa. Vocês não sabem como estamos felizes em poder fazer isso por ela”, destacou. “Só Deus para recompensar o que vocês estão fazendo por nós”, completou.
Os cuidados de dona Bárbara são divididos entre as duas filhas. “Um mês eu venho e fico com ela, no outro, minha irmã vem. Ela não pode ficar sozinha e a gente não pode abandonar nossa casa”, salientou Maria. No entanto, a filha garante que, apesar de todas os problemas, ela adora cuidar da mãe. “Meu coração dói ao ver ela desse jeito. A gente tenta fazer o melhor para que ela fique feliz”, desabafou, ao apontar para mãe que, ao ir para a sala, pegou uma boneca. “A gente deu essa boneca para ela porque ela gosta muito de criança”, revelou. (Texto: Arianne Lopes – Fotos: Aline Caetano – Centro de Comunicação Social do TJGO)