37390945485 d5e86ce54e z 1“Quando eu crescer quero ser policial. Gosto quando eles prendem as pessoas que fazem mal pra gente”, diz H.L (nome fictício), de 10 anos, e que há quase um ano está em uma casa de acolhida na comarca de Anápolis com mais três irmãos biológicos.

 

 H.L, como tantas outras crianças com idade superior a sete anos, e aquelas que possuem três ou mais irmãos biológicos ou deficiências físicas e psicológicas, tem remotas perspectivas de reinserção na família de origem e de adoção. Com esse entendimento, foi lançado o Projeto QueroBem, na manhã desta sexta-feira (22), no auditório do bloco F, da Faculdade UniEvangélica, em Anápolis. O objetivo é promover vínculos afetivos e sociais  com essas crianças e adolescentes.

O Projeto QueroBem tem como modelo o Projeto Anjo da Guarda, implantado no Juizado da Infância e Juventude da comarca de Goiânia no ano de 2004, pelo juiz Maurício Porfírio Rosa e desenvolvido pelas juízas Maria Socorro de Sousa Afonso da Silva e Mônica Neves Gioia. O projeto na comarca de Anápolis promove o apadrinhamento afetivo, oferecendo suporte material e financeiro ou como prestador de serviço. 

No caso do suporte afetivo, a pessoa visita regularmente o afilhado (crianças a partir de 7 anos ou adolescente sob medida protetiva de acolhimento institucional; de qualquer idade com deficiência ou grupo de três ou mais irmãos vinculados afetivamente) buscando-o aos finais de semana, feriado ou férias escolares. 

No modelo provedor, o apadrinhamento pode ser feito por pessoa física ou jurídica, que oferecerá suporte material ou financeiro para o menor em medida protetiva de acolhimento institucional ou em processo de reintegração familiar. Podem ser doados brinquedos, calçados, materiais escolares ou oferecidos cursos profissionalizantes e reforço escolar, entre outras iniciativas. 

Como prestador de serviço, o padrinho, que também pode ser pessoa física ou jurídica, atende as necessidades da criança e do adolescente, conforme sua especialidade de trabalho, como serviço psicológico, oftalmológico e psicológico, entre outros. 36579015293 a88fecde51 z

O coordenador do Juizado da Infância e Juventude da comarca de Anápolis e do interior, juiz Carlos José Limongi Sterse (foto à direita), lembrou como é difícil responder as perguntas das crianças e adolescentes quando perguntam quando voltarão para casa. “O maior pedido que tenho quando chego nas casas de acolhida é: ‘Quero ir para a minha casa ou quero voltar para casa’, e é muito duro falar que não pode, não está na hora e que não vai ser possível”, pontuou.

Para tentar amenizar a falta da família, o Juizado da Infância e Juventude da comarca de Anápolis se inspirou no Projeto Anjo da Guarda. “Por melhor que seja a casa de acolhida, nada substitui a convivência família e o amor do pai, da mãe ou do responsável. E para amenizar isso, queremos justamente prover essas crianças e adolescentes de amor. Nós acreditamos que possamos dar um salto muito grande na qualidade de vida e na esperança de cada uma dessas crianças e adolescentes”, ressaltou o magistrado.

A opinião é endossada pela psicóloga do Juizado da Infância e Juventude da comarca de Anápolis, Michele Martins Gomes. “Somos todos responsáveis para que cada criança e adolescente seja acolhido, atendido e acompanhado por uma verdadeira equipe de apoio e proteção. O projeto QueroBem tem como base o compromisso com o bem-estar da criança e do adolescente e a parceria da sociedade civil na difusão da cultura do bem cuidar. Esperamos que, por meio desse projeto, possamos criar uma consciência solidária e afetiva diante das necessidades apresentadas pelas crianças e adolescentes acolhidos institucionalmente no nosso município. Ainda com perspectivas remotas de reintegração familiar e adoção, elas possam ser revestidas de afeto e cuidados, além de ter assegurados os seus direitos e possibilidades de desenvolver suas potencialidades e de concretizar seus projetos através de seus padrinhos e madrinhas”, observou.

Três casas de acolhida da cidade de Anápolis fizeram apresentações culturais durante o lançamento do projeto: o Instituto Cristão Evangélico de Goiás, o Instituto Luz de Jesus e o Lar e Abrigo Mater Salvatori, que homenageou a primeira-dama da cidade, Vivian Albernaz, e o representante dos voluntários junto as instituições de acolhimento, Rai Victor Ferraz de Moura.

36993038850 0abb6fdf51 zO representante dos voluntários junto as instituições de acolhimento, Rai Victor Ferraz de Moura, enxerga o apadrinhamento como uma escolha de amor e gratidão. “Da construção desse afeto, nós somos desconstruídos, revirados e surpreendidos a todo o instante pois com base na vivência, asseguro: não há defesas para o amor. Apadrinhar foi uma das melhores escolhas que fiz na minha vida, precisei lidar com o medo de me envolver e sofrer e com o pensamento egoísta de pensar somente em mim. Hoje, enxergo o apadrinhamento afetivo como uma escolha onde eles são os mestres e nos ensinam sobre gratidão e amor. São eles que vem ate nós, eles que nos escolhem. É o coração deles que se encontram abertos e nos adotam”.

Para participar do projeto QueroBem é necessário entrar em contato com a Equipe Interdisciplinar do Juizado da Infância e Juventude da comarca de Anápolis, localizado na Avenida Miguel João, nº145, Centro ou pelo telefone (62)3329-3100 ou (62)3329-3101.

Compuseram a mesa diretiva do lançamento do Projeto QueroBem na Comarca de Anápolis, o secretário municipal de Educação, Alex Teixeira; a primeira-dama da cidade de Anápolis, Vivian Albernaz; o representante dos voluntários junto as instituições de acolhimento, Rai Victor Ferraz de Moura; o diácono, Nário Mota; Serjane Machado, representando a Delegacia de Apuração de Atos Infracionais de Anápolis; Cícero Dutra, representando os vereadores de Anápolis; Capitão Higor, representando a Polícia Militar; Kelen de Moura, representando as instituições de acolhimento de Anápolis; Saori San, representando a entidade Cruzada pela Dignidade e Lúcio Boggian, representando a Faculdade UniEvangélica.


Campanha Eu sou do Bem – Eu sou de Deus

Na oportunidade foi entregue para dez representantes de diferentes instituições da cidade de Anápolis, a lamparina de Diógenes da Grécia Antiga, da Campanha Eu sou do bem – Eu sou de Deus, realizada pela entidade Cruzada pela Dignidade.

A campanha possui três vertentes. A primeira delas é praticar todos os dias boas ações e serem pessoas melhores. A proposta sugere ainda "Sem" dias de orações, ou seja, orações sem dia para terminar e, por fim, a utilizar as redes sociais para ações edificantes.

A Cruzada pela Dignidade começou a campanha com 40 lamparinas em pontos estratégicos de Anápolis como igrejas, escolas e associações. Hoje são cerca de 80. (Texto: Jéssica Fernandes – Assessora de Imprensa da Diretoria do Foro da Comarca de Goiânia / Fotos: Aline Caetano- Centro de Comunicação Social do TJGO)

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