Pela segunda vez, a técnica de segurança Jurdeci Luiz de Oliveira, de 32 anos, foi nomeada pela Justiça como curadora de uma membro da família. Ela, que já cuida de um tio doente, será a curadora também de um irmão da mãe. A ação proposta pelo Ministério Público de Goiás (PMGO), pleiteando a interdição e curatela de Santana de Souza Fernandes José da Costa, 75, surdo e mudo e sem nenhuma capacidade de discernimento, foi sentenciada pelo juiz substituto Renato César Dorta Pinheiro, durante o Programa Justiça Ativa, que está sendo realizado na comarca de Uruaçu desde terça-feira (17), com encerramento dos trabalhos nesta sexta-feira (20).
Jurdeci Luiz de Oliveira contou, que com a morte de sua vó materna, 94, os irmãos de seu tio queriam levá-lo juntamente com o outro tio, Antônio Badio de Souza Fernandes, 68, para morarem com eles em uma fazenda. “Fiquei com pena porque são doentes e requerem cuidados. Além do mais, meus tios não são proprietários, moram em fazendas de outras pessoas. Daí, conversei com cada um, para que os dois pudessem morar na minha casa, que divido com minha mãe, que também tem problemas de saúde, e meu filho”, ressaltou a mulher.
Acordo feito, a sobrinha tratou logo de construir dois quartos com banheiros, um para cada tio, no fundo de sua casa. O passo seguinte, foi entrar na Justiça pleiteando a interdição deles. A primeira sentença envolveu o caso de Antônio Abadio de Souza Fernandes que, segundo a técnica de segurança, “é hipertenso e tem problema mental , mas dá conta de se virar sozinho, ao contrario do meu tio Santana”.
Este, conforme observou Jurdeci Luiz de Oliveira, já nasceu surdo e mudo e tem dificuldade de locomoção, necessitando de cadeira de roda. Também sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC), que comprometeu o lado direito do corpo. “O meu tio precisa de cuidados diários para ir ao banheiro, tomar banho, entre outras atividades diárias e simples, informou a sobrinha, lembrando que ele toma três remédios por dia, totalizando seis comprimidos diários.
Para a mulher, tudo vai ficar mais fácil a partir desta decisão, uma vez que o seu tio está limitado para os atos civis de sua vida. “Vou cuidar das coisa dele, sem a necessidade de ter de levá-lo, por exemplo, ao banco para sacar o seu benefício previdenciário”.
Audiências
O Programa Justiça Ativa em Uruaçu começou na terça-feira (17) e termina na sexta-feira (20). Foram marcadas 471 audiências para os quatro dias do evento, que conta com a colaboração dos juizes substitutos Eduardo Peruffo e Silva, da comarca de Campinorte, Eduardo de Agostinho Ricco (Itapaci), Gabriel Lisboa Silva e Dias Ferreira (Porangatu), Jesus Rodrigues Camargos ( Niquelândia), Marco Antônio Azevedo Jacob de Araújo (Formoso), Renato César Dorta Pinheiro (mara Rosa) e Ronny André Wachtel (São Miguel do Araguaia). E, ainda, do juiz Rodrigo de Melo Brustolin, da 3ª vara Cível de Rio Verde, além dos juízes de Uruaçu, diretora do Foro local, Geovana Mendes Baía Moisés e Leonardo Naciff Bezerra.
Pelo Ministério Público foram designados os promotores João Marcos Ramos Andere, Wilson Nunes Lúcio, Joás de França Barros, Fabrício Lamas Borges da Silva, Liana de Andrade Lima Schuler, Afonso Antônio Gonçalves Filho e Daniela Haun de Araújo Serafim.
A comarca de Uruaçu tem 8.027 processos em tramitação, assim distribuídos: Escrivania de Família, 854; Escrivania da Infância e Juventude e 1º Cível,1.240; Escrivania das Fazendas Públicas, Registros Públicos e 2º Cível, 3.632; e escrivania Criminal, 2.301. (Texto: Lílian de França/Fotos:Wagner Soares – Centro de Comunicação Social do TJGO)