O Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) doou, na semana passada, divisórias que não eram mais utilizadas pelo Judiciário para moradores do Setor Terra do Sol, localizado próximo ao aterro sanitário de Aparecida de Goiânia. A moradora Amanda de Souza explica que sua família está utilizando as divisórias até mesmo para revestir o chão, como se fosse cerâmica. “Aqui fora era aberto, sem muro. E dentro da casa não tinha divisória, banheiro que agora é todo feito com o material”, conta. No mesmo terreno em que Amanda mora será construída uma igreja com as divisórias. Ela abrigará até 20 fiéis.
Para algumas famílias, as divisórias são a única forma de construir suas casas. Algumas residências ainda são feitas de lona e os moradores aguardavam ansiosos o caminhão com os produtos cedidos pelo TJGO. “Esse material vai ajudar muito, porque ficar morando em barracão de lona com o bebê não dá, veio em ótima hora”, relata Aniscléia, outra moradora das proximidades do aterro sanitário, com o filho no colo. O repositor Iron é outro que construiu toda a sua casa com as divisórias. “Não dou conta de pagar aluguel e fui fazendo um lugar para morar aqui mesmo”, conta o morador.
Começar de Novo
Os presidiários que atuam no TJGO dentro do Programa Começar de Novo - idealizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e formado por um conjunto de ações voltadas à sensibilização de órgãos públicos e da sociedade civil com o propósito de coordenar, em âmbito nacional, as propostas de trabalho e de cursos de capacitação profissional para presos e egressos do sistema carcerário, de modo a concretizar ações de cidadania e promover redução da reincidência - são os responsáveis pelo mudança de layout em projetos desenvolvidos na comarca de Goiânia. “Desde o início, o projeto vem ajudando a ressocializar os presidiários do semiaberto, aberto e condicional. O trabalho deles é fazer mudança de layout, reaproveitando e mudando as divisórias de lugar. Quando essas divisórias não são mais aproveitadas, trazemos para as pessoas que vivem perto do aterro sanitário construírem as casas”, explica a arquiteta do TJGO Jessyka Marques. Veja galeria de fotos (Texto: Jhiwslayne Vieira - Estagiária / Fotos: Aline Caetano - Centro de Comunicação Social do TJGO)