O juiz Alex Alves Lessa, da comarca de Crixás, recebeu denúncia contra o ex-presidente da Câmara Municipal, Carlos Borges Barros, e decretou o bloqueio de bens do político. Segundo o Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), o vereador é suspeito de ter desviado mais de R$ 500 mil, ao fraudar cheques, dispensar licitações e emitir notas fiscais frias.
Para decretar a medida, o magistrado considerou indícios de veracidade da petição do órgão ministerial, bem como a possível dificuldade de recuperar os valores desfalcados. “(Há) farta prova colhida em sede de inquérito policial que aponta para a materialidade do crime contra a administração pública. A materialidade e os indícios de autoria presentes nos autos não podem ser ignorados pelo Poder Judiciário”, destacou.
Ainda conforme Alves Lessa, é importante considerar a gravidade da conduta imputada ao ex-presidente do Legislativo Municipal. “Os efeitos perversos de crimes dessa natureza e de tal gravidade repercutem direta e indiretamente na vida de moradores deste Município, especialmente os mais pobres e necessitados (…) atentando contra diversos direitos fundamentais de pessoas que aqui residem. (…)”, endossou, ao exemplificar que os valores desviados do erário podem ter prejudicado investimentos nas áreas da saúde e educação.
Carlos Borges Barros é apontado pelo MPGO como líder da quadrilha, que incluía membros da Comissão Permanente de Licitações da Casa e empresários locais. Conforme a denúncia, Carlos teria alterado o valor de cheques, utilizado notas fiscais falsas para encobrir desvios, alugado um carro que, na verdade, pertencia a si mesmo, contratado empresas em conluio, fraudado processos licitatório, dispensado, equivocadamente, licitações, entre outros. Veja decisão. (Texto: Lilian Cury - Centro de Comunicação Social do TJGO)