Defensores públicos, servidores da Saúde e representantes do Poder Judiciário e Ministério Público de diversos Estados brasileiros, foram recebidos pelo diretor do Foro da comarca de Goiânia, juiz Wilson da Silva Dias, nesta quinta-feira (23). A comitiva veio a Goiás conhecer o Programa de Atenção Integral ao Louco Infrator (Paili), do qual Wilson Dias foi um dos primeiros parceiros e idealizadores. O programa, criado em Goiás no fim da década de 1990, veio para ser uma alternativa ao manicômio judiciário, e atua de forma auxiliar aos juízos da Execução Penal.
Como anfitrião, o juiz Wilson Dias abriu a reunião e lembrou de como foi para criar um programa que atendesse adequadamente aqueles pacientes julgados e absolvidos pela Justiça, mas que, em razão de doença ou perturbação da saúde mental, são submetidos à internação psiquiátrica ou ao tratamento ambulatorial. O magistrado lembrou das dificuldades no início da implantação e informou sobre a vantagem de Goiás em relação aos outros Estados da Federação: “Goiás tem uma vantagem, já que nunca teve hospital de custódia. Isso acabou favorecendo a implantação do Paili”.
Wilson Dias, que é titular da Vara de Execução Penal, ao lembrar das primeiras dificuldades do Paili, destacou aos presentes que a implantação e a continuidade do programa se devem, principalmente, ao Ministério Público e ao Estado de Goiás por meio da Secretaria Estadual de Saúde. “Aqui, em Goiás, todo esse processo é política de saúde pública”, enfatizou Dias após ouvir os relatos dos representantes de outros Estados.
Presente também à reunião, o idealizador do Paili, promotor de Justiça de Goiás Haroldo Caetano da Silva, lembrou da participação efetiva de Wilson Dias na implantação do programa pioneiro. Ainda segundo Haroldo, “o mais importante é acabar com os manicômios. E o primeiro passo é fechar a porta de entrada”, receitou ele aos participantes. Haroldo fez um histórico do Paili e afirmou que a partir do momento em que o programa criado em Goiás conseguir provocar uma transformação lá fora, “nos reforça mais aqui”, completou ele.
O reconhecimento nacional do Paili é confirmado nas palavras dos defensores públicos e servidores presentes. Uma delas, a defensora pública do Estado do Rio de Janeiro, Patrícia Carlos Magno, destacou o programa adotado em Goiás, elogiou a atuação do Ministério Público e Poder Judiciário goianos, como também da Secretaria de Saúde. “Juntos podemos fazer muito mais, e Goiás tem uma experiência exitosa que pode ser compartilhada e adotada em outros Estados”, afirmou Patrícia.
A comitiva recebida pelo diretor do Foro da comarca de Goiânia, juiz Wilson da Silva Dias, era integrada por defensores públicos, psicólogos e servidores da Saúde e do MP dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Minas Gerais e Goiás. À frente da comitiva, a coordenadora do Paili, Maria Aparecida Diniz, participou do encontro, como também o juiz da 5ª Vara Criminal da comarca de Goiânia, Gustavo Dalul Faria. (Texto: Bruno Rocha – Assessoria de Imprensa da Diretoria do Foro da comarca de Goiânia/Fotos: Aline Caetano – Centro de Comunicação Social)