Os municípios de Itaguaru e Heitoraí cederão servidores para assumirem temporiamente a gestão da cadeia pública de Itaguaru. Com isso, os policiais militares que administram o local, atualmente, voltarão às ruas. A decisão foi tomada durante reunião, nesta quinta-feira (22), na fórum da cidade, entre representantes do Poder Judiciário e autoridades locais.
“A PM voltará a fazer seu trabalho ostensivo. Agora há um compromisso da Secretaria da Administração Penitenciária e Justiça (Sapejus) em assumir a administração dos presos com material e o treinamento dos novos servidores”, afirmou o diretor do Foro local, juiz Eduardo Tavares dos Reis, de quem partiu a iniciativa.
Segundo ele, a união de esforços e o compromisso de todos os envolvidos ajudaram na solução alternativa do problema. O magistrado fez questão de agradecer a presença de todos e pediu que eles continuem a luta, já que esse foi apenas o início de um batalha que dura há muito tempo. Conforme esclareceu Eduardo Tavares, desde 2004, o Poder Judiciário e o Ministério Público (MP) tem adotado medidas na tentativa de solucionar o problema da cadeia, que foi construída na década de 60 e está, irregularmente, sob administração da Polícia Militar.
Responsável pelo policiamento da região, o major José Roberto Porfírio frisou que a Polícia Militar estava com suas atividades prejudicadas por ter de administrar a cadeia pública. “A situação não será resolvida por completo, mas o que prevalece aqui é a segurança da população”, enfatizou.
Ele agradeceu o empenho do magistrado "que em momento algum cruzou os braços diante da situação". O major lembrou que apesar de Itaguaru ser uma cidade com um baixo índice de violência, o comércio cresce a cada dia e exige reforço da segurança. “Hoje nosso efetivo está reduzido e não podemos fazer o nosso trabalho, que é o policiamento ostensivo e repressivo”, destacou.
O superintendente da Sapejus, João Carvalho Coutinho Júnior, explicou que nos próximos meses os servidores farão um treinamento em Goiânia pra já começarem a assumir a cadeia. Além da formação, a secretaria será responsável por toda a logística de instalação da unidade, como, por exemplo, formação do prontuário do preso e certidão carcerária. "Às vezes, o serviço deixa a desejar para a sociedade, mas quando há uma força integrada como a de hoje, as coisas andam e o resultado aparece”, pontuou.
Ele destacou a preocupação do Poder Judiciário local na busca de uma solução para o problema. João Júnior lembrou, ainda, que a secretaria assumirá, nos próximos anos, a responsabilidade por todas as unidades prisionais do Estado. Porém, enquanto isso não acontece, os órgãos responsáveis não tem medido esforços para regularizar a situação da execução penal em Goiás. “A Sapejus já assumiu 98% das unidades no Estado e o que foi feito hoje em Itaguaru servirá, com certeza, de exemplo para as outras cidades do Estado que se encontram na mesma situação”, frisou. (Texto: Arianne Lopes / Fotos: Aline Caetano – Centro de Comunicação Social do TJGO)
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