Em seu 15º julgamento, o vigilante Tiago Henrique Gomes da Rocha, de 28 anos, foi condenado nesta segunda-feira (19), pelo 2º Tribunal do Júri da comarca de Goiânia, a sua maior pena: 29 anos de reclusão em regime inicialmente fechado, pelo assassinato de Aleandro Santos Miranda, de 35 anos. Ele está preso no Núcleo de Custódia do complexo penitenciário de Aparecida de Goiânia. O vigilante já foi condenado por 15 homicídios, 1 roubo a agência lotérica e a porte ilegal de arma, que somam 373 anos e 10 meses de prisão.
Segundo a denúncia do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), o crime ocorreu no dia 20 de novembro de 2011, por volta das 17h30, na guarita do galpão da empresa Coca-Cola, localizado na Avenida Perimetral, na Zona Industrial Pedro Abrão, em Goiânia, para a qual prestava serviço de segurança. Aleandro Miranda foi morto a facadas, sendo a única vitima esfaqueada por Tiago Henrique, que já havia trabalhado nesta empresa, também como segurança.
A sessão desta segunda-feira foi presidida pelo juiz Lourival Machado da Costa e contou com a participação do promotor de justiça Maurício Gonçalves de Camargos e do advogado dativo Antônio Maurício Ferreira. Thiago Henrique compareceu à sessão e, a exemplo de seus últimos julgamentos, respondeu a algumas perguntas formuladas pelo juiz, afirmando, inicialmente, que foi o responsável pela morte de Aleandro Miranda, mas que não se lembrava dos fatos. No decorrer do interrogatório, voltou atrás, dizendo que foi induzido na delegacia de polícia a assumir este crime. Para o seu advogado, essa culpa pode ter sido de fato assumida por ele, na intenção de aumentar sua ficha criminal, em uma espécie de vaidade pessoal.
Por sua vez, o promotor Maurício Gonçalves de Camargos afirmou que, independentemente desta negativa posterior, a riqueza de indícios em desfavor de Tiago Henrique, juntamente com a sua confissão nos interrogatórios à polícia, afastam dúvidas quanto a sua autoria.
Tiago Henrique contou que aos 16 anos começou a sentir o desejo de matar e que todas as vezes em que tirou a vida de alguém foi induzido por uma voz, para “cumprir a missão”, mas não disse qual seria essa missão. O defensor baseou-se em declarações desta natureza para sustentar a tese de que Tiago Henrique, mesmo que não clinicamente diagnosticado com algum doença psíquica, possui desordens mentais.
O conselho de sentença, formado por quatro homens e três mulheres, acatou as duas qualificadoras apresentadas pelo MPGO: uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima e motivação torpe.
O próximo julgamento de Tiago Henrique está marcado para a próxima segunda-feira (26), às 8h30, no 2º Tribunal do Júri. Ele será julgado pelo homicídio de Rafael Carvalho Gonçalves, ocorrido na madrugada do dia 16 de fevereiro de 2013, próximo ao Terminal da Praça A, no Setor Campinas. A vítima voltava de um bar no Setor Universitário com um amigo e teria sido abordada pelo vigilante logo depois de descer do ônibus. Tiago Henrique simulou um assalto e em seguida atirou no peito de Rafael, que morreu logo em seguida.
Condenações
Thiago Henrique já foi condenado pelos assassinatos de Ana Karla Lemes da Silva, de 15 anos de idade, Juliana Neubia Dias, de 22; Ana Rita de Lima, de 17; Arlete dos Anjos Carvalho de 16; Carla Barbosa Araújo, de 17; Bárbara Luíza Ribeiro Costa, de 14; Mauro Nunes, de 51; Taynara Rodrigues da Cruz, de 13; Ana Lídia Gomes, de 14; Adailton dos Santos Farias, de 23; Janaína Nicácio de Souza, de 24; Lilian Sissi Mesquita e Silva, de 28; Beatriz Cristina de Oliveira, de 23, e Michel Luiz Ferreira da Silva, de 28. (Texto: Lílian França e Caio Miranda – Centro de Comunicação Social do TJGO)