O juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 1ª Vara Criminal de Goiânia, determinou, no dia 30 de setembro, que Rafael Ferreira de Almeida, de 23 anos, e seu comparsa Washington Lopes Martins, sejam submetidos a júri popular pela tentativa de homicídio (com recurso que impossibilitou a defesa da vítima) contra Wilton Adriano Davi Júnior, antigo desafeto de ambos.

Rafael ficou conhecido após ser denunciado pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) pelo crime de latrocínio contra o delegado aposentado da Polícia Civil de Goiás, Célio Cassimiro Tristão, que morreu aos 73 anos baleado na cabeça, em dezembro de 2015. Ele é acusado ainda de outros crimes, entre eles homicídio, receptação e posse ilegal de arma de fogo.

Ao decidir que os dois devem permanecer presos até o julgamento, o magistrado esclareceu que Rafael havia sido solto indevidamente e comentou que recebeu informações extrajudiciais de que ele foi recapturado no Estado de Mato Grosso. Por essa razão, deixou claro que, após a informação da sua prisão oficial, ele terá de ficar detido na Casa de Prisão Provisória (CPP) do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. Por meio das provas constantes dos autos, segundo analisou Jesseir de Alcântara, ficaram demonstradas a materialidade e indícios de autoria, bem como a participação de Washington Lopes no crime. Com relação à qualificadora relativa ao recurso que impossibilitou a defesa da vítima, o juiz também entendeu que deve ser mantida. “A vítima teria sido surpreendida sem que pudesse esperar pelo ataque e ter qualquer chance de esboçar defesa diante da agressão que sofreu”, ressaltou Jesseir de Alcântara (foto à direita).

O crime

Segundo narra a denúncia do MPGO, a vítima e Washington nutriam desavenças de longa data, pois alguns meses antes do crime, o indiciado já havia efetuado disparos de arma de fogo contra o veículo da irmã de Wilton. Em 1º de novembro de 2015, por volta das 10 horas, no Bairro Floresta, localizado na capital, Rafael e Washington, que transitavam de carro pela via pública, surpreenderam a vítima e jogaram o carro contra ele, derrubando-o da motocicleta que pilotava.

Em seguida, Rafael sacou uma pistola e deu vários tiros contra a vítima, atingindo-a nas costas. Mesmo ferido, Wilton, conseguiu fugir e se escondeu em uma residência próxima ao local. Mais tarde, ele foi encaminhado ao pronto socorro e passou por um procedimento cirúrgico. De acordo com o órgão ministerial, o crime só não se consumou por motivos alheios à vontade dos acusados e frisou que ambos agiram de forma inesperada, utilizando-se de recurso que impossibilitou a defesa da vítima. (Texto: Myrelle Motta - Centro de Comunicação Social do TJGO)

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