Ao oferecer oportunidades de estudo e ingresso no mercado de trabalho, jovens podem visualizar novas perspectivas de vida e, assim, se afastarem da criminalidade. Essa é o mote da juíza Stefane Fiúza Cançado Machado, titular do Juizado da Infância e da Juventude de Aparecida de Goiânia, que liderou a criação de uma parceria com o Sistema S e Prefeitura local, para fornecer capacitação e encaminhamento profissional, voltado para o público entre 15 e 21 anos, em situação de vulnerabilidade social.
Segundo a magistrada, que está há seis anos na comarca, a adolescência é um período de formação e, justamente por isso, o trabalho é importante. “Acredito que o adolescente é muito influenciável, para o bem ou para o mal. Por isso, é necessário oferecer atividades de prevenção ou de ressocialização. As iniciativas visam o retorno a escola, a capacitação e a inserção no mercado de trabalho”.
O termo de parceria compreende o programa Vira Vida, que propõe ações psicossocioeducativas a fim de ampliar o universo individual, profissional, cultural do jovem. A intenção é a qualificação profissional e, posteriormente, o direcionamento ao mundo do trabalho, na modalidade de aprendiz, emprego formal ou autogestão – que será conduzido pelo Sistema S. Cabe ao Poder Municipal oferecer refeições aos participantes e promover parcerias com as pastas de Educação, Saúde, Cultura e Trabalho.
Capacitação
O Juizado da Infância e da Juventude de Aparecida de Goiânia já vem realizando iniciativas do tipo, em parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT). “Antes, fazíamos o encaminhamento de jovens ao Sistema Nacional de Emprego (Sine), ao Pró-Cerrado e a outras instituições, mas no ano passado foi percebida a necessidade de capacitar também”, destacou Stefane Fiúza.
Dessa forma, a magistrada contou que os convênios foram firmados, a exemplo do Sistema S. Adolescentes e jovens passaram por curso de eletricista industrial, com duração de seis meses. Em agosto, terão duas novas turmas: pedreiro e alvenaria e auxiliar administrativo.
O foco não é apenas adolescentes infratores, mas também jovens que estão em medidas protetivas e em situação de vulnerabilidade social. “Pode ser, por exemplo, o irmão de um adolescente infrator ou integrantes de uma família acompanhada pelo Conselho Tutelar”, frisou a magistrada. (Texto: Lilian Cury - Centro de Comunicação Social do TJGO)