A juíza Placidina Pires (foto), da 10ª Vara Criminal de Goiânia, recebeu nesta quinta-feira (29) denúncia contra 23 pessoas por suposta prática de organização criminosa especializada em roubo, mediante ameaça armada, a estabelecimentos comerciais e veículos em Goiânia e na região metropolitana. A operação, deflagrada pela Polícia Civil, foi denominada de Héracles.
Todos são acusados de adulterar os sinais identificadores dos automóveis e inserir placas falsas de outros carros regulares, bem como produzir a documentação falsa para venda a terceiros. Pesam ainda contra os denunciados os prováveis crimes de lavagem de dinheiro, receptação, posse de arma de fogo, tráfico ilícito de drogas, associação para o tráfico e corrupção de menores.
Para a magistrada, o inquérito policial e os resultados das intercepções telefônicas indicam a prática ilícita e apontam que os denunciados se beneficiaram do esquema com quantias vultosas, mediante a comercialização de automóveis roubados e adulterados. Durante as investigações, segundo relatou Placidina Pires, apurou-se que oito integrantes da quadrilha estão presos e utilizam celulares dentro do complexo prisional para a prática dos crimes.
Além de receber a denúncia, a magistrada manteve a prisão de 16 denunciados. No decorrer das interceptações telefônicas, deferidas pelo juízo da 10ª Vara Criminal, conforme descreve a magistrada, foi verificado que um detento do Casa de Prisão Provisória (CPP) comandava a prática de roubos de veículos na capital e teria “funcionários” fora da prisão. De acordo com o que foi apurado, ele seria um dos maiores agenciadores de roubo de veículos na capital e os indivíduos agenciados por ele roubavam cerca de três veículos por semana. Além disso, segundo a denúncia, o preso comandava assaltos a estabelecimentos comerciais, inclusive negociando armas que seriam utilizadas na prática de delitos. (Texto: Myrelle Motta – Centro de Comunicação Social do TJGO)