Ir ao fórum de Cachoeira Dourada foi novidade para Thallisson Cabral Silva, de 24 anos. O jovem, que passou a maior parte de sua vida em hospitais, por ser portador da doença genética anemia falciforme, conseguiu, nesta quinta-feira (1°), por meio da Justiça, o direito de receber o benefício assistencial da Lei Orgânica da Assistência Social (Loas).
A sentença foi proferida pelo juiz Diego Custódio Borges, durante a realização do Programa Acelerar – Núcleo Previdenciário, no fórum local. Além disso, Thallisson receberá o valor retroativo a partir de 24 de junho de 2011, data da citação.
A anemia falciforme é uma doença genética e hereditária, predominante em negros, mas que pode manifestar-se também nos brancos. Ela se caracteriza por uma alteração nos glóbulos vermelhos, adquirindo o aspecto de uma foice (daí o nome falciforme) e endurecem. A doença causa dores e até lesão dos órgãos. Estima-se que 3.500 brasileiros nasçam com a anemia falciforme.
“Vou ter o meu dinheiro e tentar viver a minha vida normalmente”, disse Thallisson, ao contar que foi com muita dificuldade que conseguiu terminar os estudos. “Desde os seis meses de idade ia para Goiânia e ficava internado a cada 15 dias. Quando comecei a estudar, minha mãe falava para os professores sobre o meu problema e eles entendiam” lembrou. Com demora, o jovem concluiu os estudos.
E as dificuldades não pararam por aí. Aos 20 anos, Thallisson já tinha passado por várias cirurgias, entre elas, a retirada do baço e da vesícula. “Não te falei que a maior parte da minha vida eu passei em hospital”, falou, ao levantar a camisa e mostrar as marcas de alguns procedimentos cirúrgicos que foi submetido.
O jovem diz que, agora, sua vida poderá mudar. Apesar do tratamento ser em Goiânia, ele vai à cidade somente uma vez por mês. “Vou fazer faculdade e pensar no meu futuro. Ainda sou novo. Quero casar e ter meus filhos”, planejou. A mãe dele, Eunice Maria Cabral, disse que o filho é um guerreiro e se emocionou ao saber do resultado da audiênica. “Esse menino já sofreu demais e Deus está dando um grande presente para ele, que é a possibilidade de começar a fazer a vida”. (Texto: Arianne Lopes / Fotos: Aline Caetano – Centro de Comunicação Social do TJGO)