A comarca de Cachoeira Dourada recebeu, nesta quinta-feira (1°), o Programa Acelerar - Núcleo Previdenciário do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO). Para os trabalhos, foram designadas cerca de 110 audiências referentes a auxílio-doença, aposentadoria por invalidez e idade, salário-maternidade e amparo social por deficiência (Loas). Com isso, passaram pelo fórum local, durante todo o dia, cerca de 350 pessoas entre partes, testemunhas e advogados. A iniciativa tem como objetivo tornar ágil o julgamento de ações repetitivas e complexas, no caso, previdenciárias.

Segundo dados da diretoria do Foro local, atualmente tramitam na comarca de Cachoeira Dourada em torno de 4,7 mil processos, desse total, cerca de 550 são demandas previdenciárias. O munícipio de Inaciolândia é distrito judiciário da comarca.

Cacilda Alves, de 63 anos, conseguiu a pensão por morte do marido que morreu há 23 anos. A sentença foi preferida pelo juiz Diego Custódio Borges. Sobrevivendo apenas com o dinheiro da aposentadoria, Cacilda afirmou que o benefício ajudará no tratamento da saúde. Ela disse que, aos 33 anos de idade descobriu que tinha doença de Chagas e, a partir daí, outros problemas de saúde vieram. “Minha vida hoje é tomar remédio. Meu dinheiro quase todo vai para a farmácia. Tomo medicamento de três em três horas. Trouxe essa sacola para mostrar para o juiz”, disse, mostrando os medicamentos.

Assim como Cacilda, Djanira Rosa Ribeiro, de 80, consegui também um benefício previdenciário, no caso dela, aposentadoria rural por idade, em audiência presidida pelo juiz Rodrigo de Melo Brustolin. Segundo a filha da idosa, Celma Rosa Ribeiro, Djanira é portadora de mal de Alzheimer. Ela disse que desconfiou que algo errado estava acontecendo com a mãe depois que ela passou a se esquecer das coisas que aconteciam.

Celma contou que a mãe perguntou a ela sobre o marido que havia morrido há seis meses. Por isso, o que aconteceu naquele dia pareceu tão estranho. “Minha mãe sempre falava do meu pai. Ele nunca aceitou a morte dele”, contou. “Além disso, ela, que era excelente cozinheira, de repente começou a se esquecer de fazer o almoço”.

A mudança no comportamento de Djanira fez os filhos procurarem um médico. “Aí ele nos pediu para consultar um especialista da área, e foi então que soubemos que minha mãe tinha doença de Alzheimer”, relatou. “Esse dinheiro será para o tratamento dela”, finalizou.

Em Cachoeira Dourada, os trabalhos contaram com a presença dos juízes Rodrigo de Melo Brustolin, Maria Clara Merheb Gonçalves Andrade, Diego Custódio Borges e Luciana Nascimento Silva. Além da equipe integrante do Acelerar Previdenciário e servidores do fórum local. (Texto: Arianne Lopes / Fotos: Aline Caetano – Centro de Comunicação Social do TJGO)

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