Os moradores das comunidades quilombolas da região do Município de Monte Alegre receberam, na terça-feira (18), a visita dos juízes auxiliares da Presidência do TJGO, Lídia de Assis e Souza e Reinaldo de Oliveira Dutra, e do juiz auxiliar da Corregedoria-Geral da Justiça (CGJ), Gustavo Assis Garcia. Na oportunidade, os magistrados puderam conhecer e ouvir as reivindicações das comunidades de Tinguizal, Saco Grande e Sucuri, como também apresentaram proposta de implantação do projeto Pontos de Inclusão Digital (PIDs) na região. A ação compreende parte da programação do projeto Raízes Kalungas- Justiça e Cidadania, de autoria do chefe do Poder Judiciário, desembargador Carlos França.

Os três magistrados, acompanhados pelo guia e presidente da Associação Quilombo e Kalunga (AQK), Carlos Pereira, percorreram cerca de 90 quilômetros até as comunidades. A região abriga nascentes e mantém a fauna e a flora local ainda preservadas. A juíza Lidia de Assis e Souza informou que o propósito da visita foi conhecer todas as comunidades da região, não só a de Cavalcante, tendo como finalidade entender a realidade dos moradores, com suas dificuldades e necessidades, para a implantação de Pontos de Inclusão Digital, os quais facilitarão o acesso da população isolada ao serviço de justiça e de cidadania.

O juiz auxiliar da Presidência do TJGO, Reinaldo de Oliveira Dutra, afirmou que a implantação dos serviços dos PIDs nas comunidades de Monte Alegre vai permitir com que os moradores possam buscar soluções mais rápidas na própria região. “Estamos buscando a melhor solução para oferecer acesso aos moradores, já que todos precisam ter condições de cidadania. Os parceiros estão dispostos a nos ajudar”, informou.

O juiz auxiliar da Corregedoria-Geral da Justiça, Gustavo de Assis Garcia, disse que conhecer a realidade da comunidade é fundamental, pois permite entender as dificuldades de acesso aos serviços básicos de cidadania e do judiciário com objetivo de criar melhores condições para as pessoas terem acesso aos serviços do Poder Judiciário. “Essa é a oportunidade de eles terem acesso aos seus direitos pelo Estado como cidadãos”, ressaltou.

O presidente da Associação Quilombo e Kalunga (AQK), Carlos Pereira, avaliou como positiva a aproximação da justiça e à comunidade. Para ele, os PIDs serão um avanço para os moradores. Ele afirmou que o serviço irá melhorar muito o problema de deslocamento dos moradores. “Acredito que facilitará inclusive denúncias de crimes que acontecem na nossa região”, pontuou.

Escolas

Além de conversarem com os moradores das comunidades, os magistrados apresentaram a proposta de implantação dos PIDs para professores da Rede Pública de Ensino. Uma delas foi a diretora de uma escola estadual, Lourdes Fernandes de Souza, que ouviu atentamente a proposta de implantação do PID, momento em que manifestou concordância para ceder uma das salas desocupadas. “Essa iniciativa é fundamental para à comunidade. Vai evitar, inclusive, gastos, já que para se deslocar para outra região o quilombola e kalunga desembolsam entre R$ 50 a R$ 100”, ressaltou. A Prefeitura de Monte Alegre também informou que irá contribuir com a implantação dos PIDs.

A juíza Lidia de Assis e Souza informou que todas as alternativas serão apresentadas ao presidente do TJGO, desembargador Carlos França, bem como à Secretaria de Educação Estadual e à Prefeitura de Monte Alegre de Goiás.

Comunidades de Monte Alegre

O município de Monte Alegre de Goiás, distante 573 km de Goiânia, localizado na divisa com o Tocantins, conta com um total de 750 famílias nas comunidades de Úrsula, Boa Sorte, Bom Jardim, Tinguizal, Barra, Contenda, Riachão, Sucuri, Saco Grande, Areia, São Pedro, Carolina e Cural da Taboca. A maioria da população se ocupa no serviço público municipal, na agropecuária de subsistência, em atividades informais, ou é beneficiária de programas sociais. Veja galeria (Texto e fotos: Acaray Martins - Centro de Comunicação Social do TJGO)

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Programa de Linguagem Simples do TJGO