O estudante Enzo Jacomini Carneiro Matos, mais conhecido como “Freya”, de 20 anos, foi condenado, nesta segunda-feira (13), pelo Tribunal do Júri de Goiânia, a 15 anos de prisão pela participação no assassinato da jovem Ariane Bárbara Laureano de Oliveira, de 18 anos. A pena deverá ser cumprida em regime inicialmente fechado, na Penitenciária Odenir Guimarães (POG). A sessão de julgamento foi presidida pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 3ª Vara dos Crimes Dolosos contra a Vida e Tribunal do Júri, e realizada no auditório do Fórum Cível, no Park Lozandes, em Goiânia.

Ao iniciar a sessão de julgamento, por volta das 8h40, o advogado de defesa do réu Jeferson Cavalcante Rodrigues, de 28 anos, que também seria julgado no mesmo dia, pediu a suspensão do júri, sob o argumento de que havia dado entrada de documento no Processo Eletrônico do Judiciário (Projudi), no último sábado (11). O juiz Jesseir Coelho de Alcântara, então, acatou o pedido da defesa, uma vez que não teve tempo hábil para se inteirar do assunto. Os representantes do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), também solicitaram pela suspensão do júri do acusado Enzo, porém, foi indeferido.

Na abertura do julgamento, quatro homens e três mulheres foram sorteados para formarem o Conselho de Sentença. Na sequência, seis testemunhas foram ouvidas, entre eles dois policiais civis, os quais participaram das buscas pelo corpo da jovem Ariane Bárbara, momento em que deram detalhes de como chegaram até os acusados. “No momento da prisão, eles confessaram a autoria do crime, bem como da divisão de tarefas entre eles durante o assassinato”, relatou.

A mãe da vítima, Eliane Laureano da Silva, por sua vez, disse que Ariane era uma filha tranquila, não desejava mal para ninguém. Ela contou ainda, emocionada, que quer justiça, pois os acusados tiraram a única filha dela. “Acredito que o julgamento pode trazer mais tranquilidade para a minha família, mas minha dor jamais será aliviada”, finalizou. Durante o interrogatório, o réu usou o direito constitucional de se manter em silêncio, instante em que começou os debates.

No final da tarde, a sentença foi divulgada, onde o estudante Enzo Jacomini foi condenado a 15 anos de prisão pelo homicídio e ocultação de cadáver. Em relação ao crime de homicídio, após analisar as circunstâncias judiciais, o magistrado argumentou que os motivos são graves, tendo em vista que o crime foi cometido para testar a perversidade social e moral de terceira pessoa. Já com relação ao crime de ocultação de cadáver, ficou evidenciado as mesmas circunstâncias judiciais já analisadas no homicídio. Os réus foram pronunciados no dia 28 de novembro de 2022, que, conforme o magistrado, "por entender que a materialidade delitiva do crime de homicídio se encontrava devidamente comprovada pelo Laudo de Exame Cadavérico, assim como a ocultação de cadáver foi indicada no Laudo de Local de Morte Violenta".

Crime

O crime aconteceu, mediante violência física e golpes de faca, no dia 24 de agosto de 2021, por volta das 21h, no interior de um veículo. O corpo foi encontrado numa mata no Setor Jaó, em Goiânia. O inquérito policial narra que Jeferson, Raíssa, Enzo e uma menor conheceram Ariane por frequentarem uma pista de skate pública, localizada próximo a um supermercado de Goiânia. Raíssa, então, decidiu realizar um" teste prático" com ela mesma, a fim de averiguar se possuía transtorno de personalidade comportamental e antissocial, conhecido e debatido nas redes sociais das quais os denunciados eram adeptos como psicopatia, se colocando à prova quanto a coragem para tirar friamente a vida de um ser humano e não sentir remorsos.

Diante disso, Jeferson, Enzo e a adolescente resolveram auxiliar Raíssa a executar o plano dela. Imediatamente, Raíssa tentou estrangular Ariane, mas a força empregada foi insuficiente. Ainda, com o veículo em movimento, Enzo trocou de assento com Raíssa e passou a enforcar a vítima pelas costas, golpe conhecido por “mata-leão”, fazendo com que Ariane desmaiasse. Raíssa então voltou para o banco de trás, quando ela e a menor pegaram facas, as quais estavam guardadas num compartimento atrás do banco do motorista, e com elas efetuaram diversos golpes em Ariane, causando-lhe lesões corporais que evoluíram para a morte dela.

Após matarem a vítima, Jeferson parou o veículo para que Raíssa e a menor colocassem o corpo dela no porta-malas, o qual havia sido antecipadamente forrado por ele com saco plástico. A partir daí, Enzo indicou um matagal que era de seu conhecimento, situado no Setor Jaó, como sendo um lugar propício para desovarem o cadáver da jovem. Ao chegarem no destino, os denunciados carregaram o corpo de Ariane na mata e lá o cobriram de terra e pedras. Depois de esconderem o cadáver, eles foram até um banheiro público localizado na galeria Pátio do Lago, para se limparem, e, em seguida, pararam para lanchar. Os réus permanecem presos. Veja galeria (Texto/fotos: Acaray Martins - Centro de Comunicação Social do TJGO)

  •    

    Ouvir notícia:

Programa de Linguagem Simples do TJGO