A exposição fotográfica "Kalunga: lugar sagrado e de proteção", promovida pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, por meio do Centro de Comunicação Social (CCS), como parte das comemorações da Semana Internacional de Direitos Humanos, está aberta para visitação pública até sexta-feira (14), das 12 às 18 horas, na entrada principal do Fórum Heitor Moraes Fleury, da comarca de Goiânia.

A exposição foi elaborada dentro das diretrizes da Política de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, no âmbito do Poder Judiciário goiano, instituída em 2020 pelo Órgão Especial do TJGO, ao aprovar a Resolução nº 134, com o propósito de elaborar ações estratégicas, projetos e programas para impulsionar avanços na proteção dos direitos humanos. No começo deste ano, o presidente do TJGO, desembargador Carlos França, expediu decretos judiciários nomeando os integrantes dos comitês que compõem o subsistema de Política de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos.

A juíza auxiliar da Presidência e uma das idealizadoras da Política de Direitos Humanos do TJGO, Sirlei Martins da Costa, ressalta a relevância da ação desenvolvida. "Essa exposição é uma ação que demonstra a importância da existência da nossa política de Direitos Humanos. Nós estamos promovendo reflexões sobre o tema por meio dessas imagens fotográficas. Além de diversos outros projetos que estão sendo desenvolvidos pelas comissões e comitês, no sentido de promover as pautas da Comissão de Direitos Humanos”, afirmou a magistrada que também destacou que o presidente do TJGO, desembargador Carlos França, criou, por meio do Decreto Judiciário nº 2.176/2021, o Observatório de Direitos Humanos do Poder Judiciário goiano, composto pelos membros da Comissão Especial de Direitos Humanos e seus respectivos comitês.

A Exposição

As fotografias são de autoria da fotógrafa e servidora do CCS, Cecília Araújo, e foram realizadas neste ano de 2021, na região da Chapada dos Veadeiros, onde hoje está o maior quilombo remanescente do Brasil, a comunidade Kalunga, que abriga cerca de 2 mil famílias.

Para Cecília Araújo, a exposição apresenta a face daqueles que trazem no sangue, na pele e na alma, as marcas de luta e de resistência de seus ancestrais. “Pessoas que, ainda hoje, lutam diariamente para serem respeitadas como seres humanos e terem seus direitos assegurados. Os Kalungas são, antes de tudo, fortes. Em suas veias correm o sangue daqueles que foram escravizados e que tiveram a coragem de se arriscar em meio a lugares inóspitos em busca da liberdade”, ressaltou.

Ela também fala da importância da mostra fotógrafica ser exposta na semana de comemoração ao Dia Internacional dos Direitos Humanos. “Você percebe que são pessoas que ainda não têm todos os seus direitos assegurados. Muitos não têm acesso à moradia digna, ao trabalho, educação, saúde e saneamento básico. Um abandono que reflete também o racismo estrutural de nossa sociedade brasileira”, relata Cecília.

O servidor público Teodoro da Costa Neto, em visita à exposição, disse que achou impactante o trabalho. "As fotos expostas revelam um Goiás esquecido, um Goiás oculto, um Goiás de gente que sempre foi marginalizada. E, através dessa exposição, o Poder Judiciário mostra para a sociedade goiana que existe esse povo, essa gente, que vive numa situação muito dura, muito difícil”, opinou.

Glayton Ferreira, integrante do Centro de Cidadania Negra do Estado de Goiás, também esteve na abertura da exposição e falou de seu entusiasmo em ver a iniciativa do Poder Judiciário do Estado de Goiás, "Considero muito importante iniciativas como essa, porque a gente não vê o poder público chegando nessas pessoas, nem políticas públicas para esta região. Não vemos energia elétrica, estrutura de ruas asfaltadas, nem água encanada. E olha que estamos em 2021. Faço votos para que tenham mais exposições, mais iniciativas como essa, para que essas pessoas tenham uma maior visibilidade”, disse. (Texto: estagiária de jornalismo Luísa Chacon/ fotos: Cecília Araújo- Centro de Comunicação Social do TJGO)

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