Em comemoração ao Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, foi realizado nesta quinta-feira (18) o Seminário de Igualdade Racial no Sistema de Justiça: Desafios no Enfrentamento do Racismo, organizado pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) em parceria com a Escola da Magistratura do Estado de Goiás (Esmeg).

O seminário foi apresentado pelo juiz Tiago Bentes, diretor-geral da Esmeg, com mediação da juíza Adriana Maria Queiroz, coordenadora do comitê de Igualdade TJGO e teve como palestrante Lívia Sant’Anna Vaz, promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação do Ministério Público do Estado da Bahia.

O encontro aconteceu por meio da plataforma Zoom e foi transmitido ao vivo no canal do Youtube da Esmeg. O seminário mostrou a importância de discussões acerca da presença negra no sistema Judiciário brasileiro, e, para isso, a palestrante Lívia Sant’Anna dispôs de dados históricos e atuais que embasam os fatos de como o sistema brasileiro ainda é carregado de preconceito e exclusão. Em uma de suas falas, ela citou que, apesar de serem 56% da população, na magistratura brasileira há apenas 12,8% de pessoas negras e, dessas, apenas 5% são mulheres.

Lívia Sant’Anna Vaz ainda abordou sobre a cultura negra, que, conforme ela, é esquecida e ignorada por conta da colonização branca sofrida no Brasil. “Se nós formos instados ou instadas a imaginar a representação da justiça, a imagem que vem na nossa cabeça nunca seria de uma mulher negra. Seria sempre de uma mulher branca de olhos vendados, com a espada muitas vezes pendente. E essa imagem representa a mitologia grega. Então, muito pouco ou quase nada tem a ver com o nosso panteão afro-ameríndio, com a nossa mitologia, que é única no mundo", lembrou. E completou:" Então, esses saberes sofrem apagamentos históricos que permanecem até os dias de hoje, e esses apagamentos interferem no modo como nós produzimos o direito, como nós produzimos a ciência do direito e a própria justiça.”

Entre as mais influentes do mundo

Lívia Sant’Anna Vaz é jurista brasileira, atua como promotora de Justiça, e atualmente é coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação do Ministério Público do Estado da Bahia. Destaca-se sua atuação em relação a temas como feminicídio e igualdade racial, como também no combate ao racismo e intolerância religiosa. Lívia Sant’Anna Vaz  foi a única brasileira reconhecida, na categoria “Mentes Jurídicas”, como uma das 100 pessoas de descendência africana mais influentes do mundo, pelo MIPAD (Most Influential People of African Descent). O Seminário de Igualdade Racial no Sistema de Justiça: Desafios no Enfrentamento do Racismo pode ser visto no canal do Youtube da Escola da Magistratura do Estado de Goiás (Esmeg). (Texto: Luísa Chacon (estagiária de jornalismo) / Foto: Acaray Martins - Centro de Comunicação Social do TJGO). 

  •    

    Ouvir notícia:

Programa de Linguagem Simples do TJGO