O Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) deu sequência, na manhã desta quarta-feira (27), à programação da Semana do Servidor, com a realização de uma Roda de Conversa sobre o tema: Como Enfrentar a Violência Laboral e o Assédio Moral no Trabalho: Lições Práticas. A palestra foi transmitida pelo Youtube, no canal da Escola Judicial de Goiás (EJUG), tendo como ministrantes o juiz de Direito, Rodrigo Foureaux e o presidente do Sindjustiça, Fabrício Duarte de Souza. A mediação foi feita pela servidora Daniela Botelho.

Durante a abertura, a mediadora Daniela Botelho lembrou que o Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) deu publicidade ao tema, por meio da Resolução 157, de 23 de junho de 2021, ao instituir a Política de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral, Sexual e da Discriminação no judiciário. “Esses assuntos devem ser debatidos, tendo por objetivo aperfeiçoar a gestão de pessoas através de políticas e estratégias institucionais”, explicou a servidora do Poder Judiciário.

O juiz Rodrigo Foureaux considerou de extrema importância a iniciativa do TJGO, uma vez que, com isso, vai buscar medidas para melhorar a prática no espaço do Poder Judiciário. O magistrado responsável pela Comissão em combate ao assédio pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) ressaltou que esse assunto também é tema de pesquisa, em que magistrados, servidores e estagiários vão ter a oportunidade de responder por e-mail sobre o assunto no ambiente de trabalho, e, com isso, fazer com que a instituição busque soluções para melhorar a conduta abusiva.

De acordo com ele, antes de punir o assediador, é preciso criar um ambiente de trabalho satisfatório para que essa conduta não ocorra. “O clima organizacional precisa ser um ambiente saudável, e essa iniciativa precisa partir de todos”, afirmou o magistrado. “O assédio pode ser praticado de várias formas. Às vezes, a pessoa sofre alguma discriminação por ter estilo diferente ou mesmo se comportar de forma diversa, mas isso não atrapalha em nada o trabalho. Esse assunto tem que ser sempre debatido, pois se for silenciado, as pessoas vão sofrer caladas, podendo acarretar outros problemas, como a depressão, suicídio, entre outros”, pontuou o juiz.

Além do magistrado, o presidente do Sindjustiça, Fabrício Duarte de Souza, explicou que a primeira ação a ser feita em caso de assédio moral é tentar resolver o conflito, a qual deve ser solucionada por meio da conciliação, sem deixar de lado o poder do diálogo. “Sabemos que o assédio é um problema cultural, porém precisamos ter no dia a dia empatia, amor, simpatia e sermos resiliente com o próximo”, esclareceu Fabrício. Na oportunidade, ele também parabenizou o Tribunal de Justiça de Goiás por implementar políticas de igualdade, permitindo com que magistrados, servidores e estagiários tenham uma relação institucional voltada ao respeito e amor ao próximo.

Participação

Cerca de 200 pessoas participaram da live, transmitida pelo YouTube, no canal da Ejug. Elas também parabenizaram a iniciativa em abordar o tema, além de comentarem e relatarem sobre os assédios sofridos. Uma das internautas afirmou que a prevenção e a orientação são importantes, mas que em “alguns casos a punição tem o objetivo de evitar que novos fatos de assédio moral ocorram”. Outra disse que, nos últimos 10 anos, o número de trabalhadores assediados cresceu, passando de 7 para 10, assim como 70% deles tem medo de se identificarem.

Denúncias

Ainda, na roda de conversa, a mediadora disse que esse assunto impacta na relação institucional, tendo por objetivo impedir a demonstração do papel sexista no ambiente de trabalho, seja o mesmo, particular ou público. No Poder Judiciário, além dos magistrados, servidores e estagiários terem acesso a uma cartilha informativa de prevenção e enfrentamento ao tema, eles podem denunciar os assediadores por meio do e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. “O setor competente vai receber a denúncia, depois filtrar as informações, e posteriormente enviar para comissão responsável”, informou Daniela Botelho. (Texto/prints e edição de imagens: Acaray Martins - Centro de Comunicação Social do TJGO)

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