Em comemoração aos seis anos de sua implementação, o Programa Justiça Terapêutica promoveu, nesta segunda-feira (12), workshop para os participantes do projeto. Eles se reuniram durante a manhã no auditório da Associação dos Magistrados do Estado de Goiás (Asmego) para compartilhar histórias de superação, além de acompanhar palestras motivacionais e sobre inteligência emocional.

O evento teve a participação do juiz-auxiliar da presidência do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), Romério do Carmo Cordeiro (foto à direita), da coordenadora do projeto, juíza Maria Umbelina Zorzetti, da 12ª Vara Criminal, e da juíza Wanessa Resende Fuso Brom, da Vara de Execuções Penais e Penas Alternativas.

A partir de um novo paradigma de enfrentamento à violência e criminalidade, o Justiça Terapêutica vem promovendo a reinserção social de seus participantes. O programa oferece para os reeducandos atividades e grupos reflexivos de forma harmônica ao cumprimento da pena. Essas atividades visam aumentar a possibilidade de que os participantes compreendam e reflitam sobre sua realidade e, consequentemente, promovam mudanças no comportamento.

E foi justamente para falar sobre essas mudanças que o reeducando Carlos Magno de Souza (foto à esquerda), de 30 anos, compartilhou sua história com outros participantes do projeto. Condenado a cinco anos e quatro meses de reclusão pelo crime de assalto, ele vem participando do Justiça Terapêutica há três meses.

“Tem me ajudado bastante, me fortalecido em todos os aspectos da minha vida, no meu psicológico. Com o projeto também consegui progredir para a prisão domiciliar e hoje posso dormir em casa, ter mais tempo com meus familiares”, relata.

Além da sentença

Histórias de superação como a de Carlos são frequentes no Justiça Terapêutica. Em seis anos, o programa já impactou mais de 2,2 mil reeducandos e suas famílias. A juíza Maria Umbelina (foto à direita) destaca que dentre os bons resultados obtidos está o porcentual inferior a 15% de reincidência dentre os participantes do programa.
“As pessoas que praticam crime têm solução. É possível reinseri-las na sociedade, elas têm potencial para isso. O crime é só uma parte, há todo um resto que pode ser trabalhado. Com esse resultado fica demonstrado que é possível trabalhar com as pessoas que praticam crimes para que elas retornem à sociedade e não reincidam à prática de novos crimes”, afirma.

Zorzetti explica que o Justiça Terapêutica se baseia na premissa de um Poder que demonstra sua preocupação com a realidade social e a solução de conflitos. “Não temos mais condições de entender o Poder Judiciário como um poder que simplesmente entrega a prestação jurisdicional através da sentença. Precisamos olhar o conflito com um olhar mais amplo”, ressalta.

O juiz Romério do Carmo Cordeiro destacou a importância do Justiça Terapêutica dentro de uma proposta humanizada e de aproximação do Poder Judiciário com a sociedade. “Ao invés de simplesmente aplicar sentenças, trazer souções para os conflitos. Ao invés de arquivar os processos, que a gente possa arquivar os problemas que são apresentados perante a nós”, afirma. (Texto: Luisa Gomes / Fotos: João Messias - Estagiário do Centro de Comunicação Social do TJGO)

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