A 8ª Semana Nacional da Justiça Pela Paz em Casa, realizada entre os dias 21 a 26 de agosto, em todos os Tribunais de Justiça do País, teve o encerramento realizado no último sábado (26). Na comarca de Goiânia, uma caminhada no Parque Flamboyant marcou o último dia da ação, que reuniu magistrados, servidores e comunidade.
Instituída pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a mobilização faz parte da Política Judiciária Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres no Poder Judiciário. De acordo com a presidente da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), desembargadora Sandra Regina Teodoro Reis, ações em prol da mulher são sempre válidas. “Ações como essas, que aconteceram durante a semana, são para mostrar que o Poder Judiciário está apto a receber as mulheres e dar o tratamento necessário e adequado com atendimento psicológico e rodas de conversas, por exemplo. Devemos chamar a atenção porque a violência acontece e as mulheres têm de denunciar”, pontua.
Estavam programadas cerca de 1.800 audiências no Estado de Goiás. Para o juiz do 2º Juizado de Violência Doméstica e familiar contra a Mulher, Carlos Luiz Damacena, a mudança da mentalidade dos agressores é extremamente importante no processo de conscientização. “A principal meta dessa campanha idealizada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), além de dar efetividade aos processos de violência contra a mulher, englobados na Lei conhecida como Lei Maria da Penha, é ter uma política social de mudança de mentalidade dos agressores. A violência não é somente física, pode ser também sexual, psicológica, matrimonial e moral. Não estamos preocupados somente com o encarceramento dos agressores e, sim, com a mudança de mentalidade”, ressalta.
A opinião é endossada pela coordenadora de equipe da Justiça Terapêutica, Thaíssa Moiana. “Nosso trabalho é de responsabilização, conscientização para que o agressor possa quebrar esse padrão, onde ocorre a violência dentro do lar. Então, a Justiça Terapêutica contribui indiretamente com a violência doméstica. Dentro da perspectiva de responsabilizar o agressor, trazer condições de reflexão e oferecer a ele condições de não violência, para que ele possa quebrar esse padrão dentro de casa. Na Semana Nacional da Justiça Pela Paz em Casa, todos os nossos grupos foram temáticos para discutir a violência contra a mulher e ações de paz dentro dos lares já com uma proposta assertiva para que isso acontecesse. Envolvemos familiares e mais de 160 pessoas foram impactadas agregando essas ações de mobilização e reflexão que alcançam a sociedade como um todo”, pontua Thaíssa.
A comunidade, os magistrados e os servidores presentes deram uma volta na orla do Parque Flamboyant. A caminhada teve o apoio da Alfa Financeira e da Unimed. (Texto: Jéssica Fernandes – Assessora de Imprensa da Diretoria do Foro da Comarca de Goiânia / Fotos: Cecília Oliveira – Centro de Comunicação Social do TJGO)
