No mês de conscientização do Autismo, o auditório do Fórum Cível da Comarca de Goiânia foi palco da palestra Autismo - Direito e Cidadania na Escola e na Saúde, que aconteceu na manhã desta sexta-feira (13). O evento teve organização da Escola Judicial (Ejug).

A palestra teve como mediadora a coordenadora da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), juíza Maria Socorro Afonso Silva. Ela salientou que a pretensão do evento é informar a sociedade sobre o autismo, que muitas vezes é mal compreendido. “Esse espectro é algo que cai no esquecimento, então nós precisamos trazer para a sociedade a conscientização da necessidade de inclusão do autista”, explicou a juíza. Maria Socorro, que também é diretora do Foro da comarca de Goiânia, lembrou ainda que, de acordo com a lei, todos os profissionais na área do ensino e outras correlatas precisam trabalhar em harmonia para que ocorra a verdadeira inclusão social dos mesmos.

A palestra prendeu a atenção dos participantes e esclareceu várias dúvidas, dentre elas, a de que o autista precisa ser tratado como qualquer outra pessoa. "Eles são pessoas muito mais inteligentes do que aquelas que não estão dentro do espectro. São verdadeiros e sensíveis. Se gostam de você, eles realmente gostam, se não, nem te dão moral", definiu um dos palestrantes, Luciano Gomes. O advogado, que também é voluntário do Movimento Orgulho Autista em Goiás, ressaltou que de acordo com a Constituição Federal de 1988, toda e qualquer pessoa tem direito a educação. O artigo 206 fala que “o ensino será ministrado com base nos seguintes princípios, sendo o primeiro a igualdade de condições para o acesso e permanência na escola”.

"A principal característica do autista é o isolamento social", salientou uma das palestrantes, a pediatra e psiquiatra, Alessandra Jacob. A médica, que também mãe de uma menina autista, esclareceu todo o processo e as necessidades que um autista precisa. Ela relatou que a partir do nono mês de vida já pode ser diagnosticado o espectro e que a doença nasce com a criança, porém, algumas começam a apresentar estes sintomas por volta de dois anos de idade.

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) atinge 0,6% da população e é quatro vezes mais comuns em meninos do que meninas. As características do autismo são muito variáveis (desde sutis até mais visíveis) e têm em comum déficits nas áreas de comunicação, interação social, além de comportamentos repetitivos e em áreas restritas de interesse. De acordo com a educadora física, Viviane Braga, os benefícios que uma atividade física pode trazer para essas pessoas são inúmeros. "Através da atividade física a gente rompe todas essas barreiras de interação, além da questão motora que desenvolve o equilíbrio, lateralidade, coordenação, de uma forma muito lúdica através do esporte. Na questão social, mesmo que seja uma atividade individual, uma natação por exemplo, o autista está interagindo com o professo, isso já preparando ele para que interaja com outras pessoas também", finalizou Viviane.

Na oportunidade, também estava presente o defensor público, Márcio Rosa Moreira, que comentou sobre os direitos dos autistas. "Os autistas tem todos os direitos que estão previstos na legislação, especialmente aquelas que tratam as pessoas com deficiências, dentre as quais, tratamento de saúde, educação adequada, professor de apoio nas escolas", explicou ele. (Texto: Mariana Hipólito - Comunicação Diretoria do Foro / foto: Acaray M. Silva - Centro de Comunicação Social do TJGO)

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