A juíza da 10ª Vara Criminal de Goiânia, Placidina Pires (foto), condenou Lauro Antônio Gouveia de Moraes e Elias Rodrigues do Nascimento pelos crimes de peculato e furto. Eles subtraíram, por três vezes, medicamentos da farmácia do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) e depois revendiam para a distribuidora de medicamentos de Adalberto José da Silva, por um valor abaixo do mercado.

Antônio foi condenado a 2 anos e 2 meses de reclusão e Elias a 2 anos e 7 meses, ambos em regime aberto. As penas foram substituídas por duas restritivas de direito. Eles terão de prestar serviços comunitários por sete horas semanais e pagar quatro salários mínimos ao Programa Justiça Terapêutica.

Placidina Pires ainda determinou que eles restituam ao Hugo a quantia de R$ 10 mil, como forma de reparação dos danos causados ao hospital. Adalberto, por sua vez, foi absolvido, em razão de a magistrada considerar que não houve provas suficientes de seu envolvimento no esquema.

Consta dos autos que as infrações ocorreram em 2005 por, no mínimo, três vezes, quando Elias, Lauro e um terceiro elemento, Victor Gustavo Gomes, se associaram com o fim de cometer crimes contra o patrimônio público. Victor foi desmembrado da sentença em questão, por não ter respondido aos chamados judiciais e teve, portanto, sua revelia decretada.

Os três agiam em conjunto, pois Lauro se valia da condição de maqueiro do Hugo para ter trânsito livre nos corredores e facilidade de acesso à farmácia do hospital. Elias e Victor entravam na unidade de saúde com a ajuda de Lauro e, lá, recebiam uma lista com os medicamentos que deveriam ser furtados, considerando os que trariam mais lucro para os acusados.

Elias entrava na farmácia pela janela do prédio, pegava os medicamentos e os entregava para Victor, que esperava do lado de fora do Hugo e colocava os remédios em uma sacola de pano, a mesma usada nos serviços do hospital. Lauro, por sua vez, ficava nos corredores, vigiando o local e dando cobertura aos comparsas.

Durante a fase de investigação, foram descobertos furtos no dia 21 de agosto, 3 e 30 de setembro de 2005. Na última ocasião, a polícia havia sido acionada para apurar um chamado de comércio de drogas nos arredores do Hugo. Chegando lá, os agentes se depararam com dois sujeitos, em dois veículos diferentes, em atitude suspeita, pois faziam a troca de mercadorias de um carro para o outro, durante a noite.

Ao avistarem a viatura, os homens deixaram o local, mas Lauro foi perseguido e abordado logo à frente. Os policiais encontraram diversos medicamentos e equipamentos de uso hospitalar no interior do carro, escondidos dentro de uma sacola, momento em que foi preso em flagrante.

Após sua prisão, a mando dos policiais, Lauro ligou para Elias e combinou de entregar a ele e a Victor, em um posto de gasolina, a quantia devida a eles, em função da prática criminosa. Ao chegarem ao local, os dois foram surpreendidos e também presos em flagrante. (Texto: Jovana Colombo – estagiária do Centro de Comunicação Social do TJGO)

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