O juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 1ª Vara dos Crimes Dolosos Contra a Vida, mandou a júri os acusados de matar Juliana Brandão Lourinho. A vítima teria sido morta pelo marido, Renato Oliveira de Souza, que contou com a ajuda de seus pais, Noemia Marinho de Oliveira e Nélson Rodrigues de Souza, para modificar a cena do crime. A princípio a suspeita era de suícidio, mas os indícios apontam para homicídio.

Jesseir Coelho levou em consideração o fato de Renato ter apresentado diversas versões para o suposto suicídio, contradizendo os depoimentos das testemunhas e as provas técnicas produzidas, incluindo laudo de exame cadavérico. Numa delas, ele disse que havia saído para comprar drogas na hora do "acidente". Posteriormente, ele contou que estava fumando crack na escada quando ouviu "um barulho muito alto", seguido de gemidos. Que ele passou no apartamento para ver se estava tudo bem e viu, pela janela, Juliana caída no chão. 

O depoimento de Renato foi desmentido por sua mãe, que afirmou ter descido as escadas e encontrado Renato já no hall do prédio, junto com o síndico, indo para a marquise da garagem. Mais tarde, Noêmia também muda a versão dos fatos relatando que teria encontrado o filho fumando crack e descido junto com ele para ver o que tinha ocorrido. 

Para a perícia, entretanto, Renato já sabia da queda. Segundo os peritos, ele desceu de elevador – e não de escada, com havia afirmado – e chegou na laje após o síndico. Além disso, os profissionais constataram que ela caiu de costas, quando o normal seria se atirar de frente. Outro indício de homicídio apontado pelos peritos foi a constatação de que Juliana, imbuída do desejo de se suicidar, "não se daria ao trabalho de jogar a tesoura sobre a cama e voltar para pular. Essa não é atitude de quem vai se auto-eliminar", diz o laudo, que conclui haver "mais indícios de homicídio do que de suicídio". 

O caso

 

Segundo denúncia do Ministério Público, no dia 22 de outubro de 2009, após receber uma visita em sua residência, Renato retornou para o interior do apartamento e agrediu fisicamente a esposa até ficar desfalecida, quando então resolveu atirá-la pela janela. Renato cortou a tela de proteção e jogou Juliana pela abertura feita sem lhe dar chance de defesa. Ela caiu de uma altura de aproximadamente dez andares. Consta ainda dos autos que eles mantinham relacionamento conturbado, com discussões frequentes.

Após jogar a mulher pela janela, Renato teria se dirigido ao local onde se encontrava o corpo para simular que a vítima havia praticado suicídio. Enquanto isso, Noemia e Nélson, pais de Renato, permaneciam no apartamento alterando a cena do crime. O Ministério Público afirmou ter comprovado a materialidade do crime por meio de laudo de exame cadavérico e haver indícios suficientes da autoria de Renato da participação de Noemia e Nélson. (Texto: Brunna Ferro - estagiária do Centro de Comunicação Social do TJGO)

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