Sob a presidência do juiz Leonardo Fleury Curado Dias, o Tribunal do Júri da comarca de Aparecida de Goiânia condenou a 4 anos de reclusão, em regime aberto, o carpinteiro José Amilton Coelho de Souza pela morte do padre José Altino Pereira Torres. O motivo do crime foi o réu ter flagrado o religioso com sua mulher, uma ex-noviça, em um motel da região.
O julgamento foi realizado nesta sexta-feira (7) durante o mutirão do júri que acontece na comarca até o dia 18 de outubro e se estende a todo o Estado. O projeto é executado pela Corregedoria-Geral da Justiça de Goiás (CGJGO) em conjunto com a Presidência do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO).
O crime, segundo a denúncia, ocorreu em 7 de abril de 2005, por volta das 12 horas, em um motel na região de Aparecida de Goiânia. Consta dos autos, que o réu e a mulher do carpinteiro se conheciam há aproximadamente 26 anos quando ela era noviça em uma casa religiosa da cidade e que alguns anos depois tiveram uma relacionamento amoroso. No entanto, José Altino foi morar no Rio de Janeiro, onde se tornou padre.
De acordo com os autos, em 1989, ela foi viver com José Amilton, com quem teve um filho. Mas, em 2004 a vítima voltou para Aparecida de Goiânia, já aposentado, com problemas de saúde, e reatou os encontros amorosos com a mulher do carpinteiro. No dia do crime, ela saiu da faculdade, com o companheiro à espreita, e foi se encontrar com o padre.
Em seguida, foram para um motel, sem saber que estavam sendo seguidos por ele. Na sequência, ele contratou uma garota de programa e entrou no local. Cerca de 20 minutos depois foi até a suíte que ambos ocupavam, abriu aporta com um chute e armado, sem dizer nada, disparou vários tiros contra o padre.
O mutirão do júri dá cumprimento à Meta 4 da Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública (Enasp), do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A meta dispõe sobre o julgamento de todas as ações penais de crimes dolosos contra a vida com denúncia oferecida até 31 de dezembro de 2007. Porém, neste ano ela foi expandida e inclui também as ações desses crimes ajuizadas até 31 de dezembro de 2009.
Durante os júris, são formadas quatro bancas para as duas sessões de julgamento que acontecem por dia e contam com a presença de um juiz, um promotor de justiça, advogados e servidores da Justiça. (Texto: Myrelle Motta – assessoria de imprensa da Corregedoria-Geral da Justiça de Goiás/ Fotos: Hernany César - Centro de Comunicação Social do TJGO)